O anúncio dos estoques privados de café divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), revela uma situação de demanda igual ou menor que a oferta no suprimento de cafés. A análise é do diretor executivo da Associação Brasileira da Indús
Estoques privados ameaçam suprimento |
Guilherme Rios O anúncio dos estoques privados de café divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), revela uma situação de demanda igual ou menor que a oferta no suprimento de cafés. A análise é do diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz. “Das 21,8 milhões de sacas apuradas pela Conab, 17,6 milhões de sacas são da safra remanescente ou colhida agora. O restante das sacas são cafés de safras antigas, aproveitadas apenas no mercado interno”, diz o executivo. Ele explica que o suprimento “justo” de café se deve ao consumo mensal brasileiro de 3,2 milhões de sacas por mês, entre consumo interno e exportações. “Esse estoque é suficiente para cinco meses”, afirma o diretor executivo. O sócio proprietário do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes Júnior, informa que o Brasil exporta em média 25 milhões de sacas de café por ano e consome mais 15 milhões. “Nós temos uma necessidade de produzir 40 milhões de sacas por ano. Com a produção de 2005/06, de 32,94 milhões de sacas estimadas pela Conab, teremos de recorrer aos nossos estoques para atendermos nossa necessidade”, afirma Carvalhaes. Das 21,8 milhões de sacas estimadas pela Conab, 93% correspondem ao café arábica e os 7% restantes ao café conilon. Esse volume representa 66% da safra 2005/2006, que foi fechada em novembro em 32,9 milhões de sacas. A oferta total do produto em setembro, juntamente com os estoques governamentais (3,6 milhões de sacas) e o restante do café colhido no último mês de outubro (1,6 milhão de sacas), atingiram o volume global de 27 milhões de sacas, o que vai significar um estoque de passagem de 5,6 milhões de sacas em março de 2006. |