Data Publicação: 17/01/06
Copenhague, 17 de Janeiro de 2006 – De Copenhague a Marselha, passando por Roterdã, ou Hamburgo, milhares de estivadores de toda a Europa cessaram ontem as suas atividades durante algumas horas, ou por toda a jornada, em protesto contra uma proposta da União Européia (UE) de liberalizar os serviços portuários. Milhares de estivadores se reuniram ontem em Estrasburgo, no leste da França, diante da sede do Parlamento Europeu onde está sendo debatido hoje, em primeira leitura, esta norma européia de liberalização.
Numerosas pessoas ficaram feridas em decorrência do lançamento de projéteis durante a manifestação, na qual ocorreram incidentes quando a polícia teve de intervir com gás lacrimogêneo e canhões de água de pressão. Na Bélgica, a mobilização foi ampla, tanto em Antuérpia, segundo porto europeu, como em Zeebrugge. A greve é total, os portos belgas estão paralisados”, garantiu Myriam Chaffart, porta-voz do setor portuário do maior sindicato belga CSC, ressaltando que a greve será de 24 horas. “As operações de carga e descarga de navios estão paradas”, confirmou Ann Wittemans, porta-voz da autoridade portuária de Antuérpia.
Na França, o funcionamento dos principais portos também ficou muito perturbado. O movimento foi seguido nos 12 portos da Grécia. Na Espanha, uma greve de 24 horas foi também seguida “praticamente pela maioria” afetando 28 portos, segundo fontes sindicais. No norte da Europa, cerca de 1,5 mil membros do sindicato de estivadores suecos cessaram as suas atividades durante quatro horas, ontem pela manhã. Em Copenhague, principal porto da Dinamarca, foram 1,3 mil.
Ritzau. Na Holanda, tanto em Roterdã, maior porto europeu, como em Amsterdã e Flessingue, no sudoeste, alguns estivadores deixaram de trabalhar. Mas tanto patrões como estivadores eram de opinião que, do ponto de vista técnico, não se pode falar de greve e que o efeito nas atividades destes três portos holandeses é marginal. Em Hamburgo, as atividades não foram perturbadas.
Contudo, 4,5 mil estivadores haviam participado terça-feira passada de jornada de protestos em nove portos alemães e cerca de 3 mil deviam estar presentes em Estrasburgo. Em países como Itália, Grã-Bretanha, ou Polônia não houve greves, mas os estivadores participaram de manifestações.