Reuters – 31 de outubro de 2014 18:54
SÃO PAULO (Reuters) – O tamanho da próxima safra de café do Brasil, maior produtor global da commodity, só será possível de ser estimado no início do ano que vem, quando os pequenos frutos estiverem formados, após um longo período de estiagem e um outubro mais seco do que a média histórica para o mês, avaliou nesta sexta-feira a corretora Carvalhaes.
“Os agrônomos não arriscam números e dizem que antes é necessário as chuvas se normalizarem, as últimas floradas abrirem e depois aguardar a formação dos chumbinhos”, afirmou a corretora especializada em café, com sede em Santos.
“Este ano, mais ainda que nos anteriores, será preciso aguardar o mês de janeiro para termos números de safra minimamente confiáveis”, acrescentou em nota.
Segundo Carvalhaes, não é possível fazer estimativas da próxima safra no momento.
A corretora alertou que “a seca persiste e estamos entrando em novembro com um volume de chuvas bem abaixo do necessário”, completando que “é provável que o volume das precipitações cresça” a partir do próximo mês.
“Se crescerem (as chuvas), estancarão novas perdas, mas depois de dez meses de seca e temperaturas médias altas, nossa safra de café 2015 já está prejudicada”, destacou.
A safra de 2014 já foi severamente castigada pela estiagem, com um verão bem pouco chuvoso.
Outubro foi um mês com chuvas abaixo da média no principal Estado produtor do Brasil, Minas Gerais, segundo a Somar Meteorologia.
Em Patrocínio, no Cerrado Mineiro, o total acumulado foi de 89,2 milímetros, ante 147,8 mm da média histórica, com as chuvas tendo se concentrado em sua maioria no dia 26 (57,2 mm).
Em Varginha, no Sul de Minas, principal região produtora do Estado, o acumulado foi de 44,6 mm, contra uma média histórica de 134,1 mm para o mês.
Segundo o meteorologista da Somar Tiago Robles, as frentes frias deverão conseguir organizar mais chuvas em novembro, do que ocorreu em outubro nas áreas de café.
“Esperamos chuvas dentro da média ou abaixo, mas não muito abaixo (para novembro)”, disse Robles, citando que a média histórica para novembro é de 180 mm em Varginha e de 228 mm em Patrocínio.
(Por Roberto Samora)