Estiagem provoca perdas nas lavouras de café, feijão e soja

Por: DCI Ana Cristina Santiago


Além de enfrentar a desvalorização do dólar, o agronegócio baiano está registrando grandes prejuízos por conta da estiagem prolongada. A situação da lavoura do feijão é a pior, pois a safra está praticamente perdida. A produção de mamona deve sofrer uma queda de 58% e as lavouras de grãos e fibras no oeste baiano podem chegar a ter uma perda de 50%, a exemplo da do café.

Segundo cálculos da Cooperativa Agropecuária de Irecê, maior região produtora de feijão na Bahia, com cerca de 60% de participação, a perda da lavoura é de quase 100%. “Tínhamos uma estimativa de safra de 146 mil toneladas. Mas conseguimos colher uma quantidade irrisória”, destaca o presidente da entidade, Wilson Carvalho . De acordo com ele, a colheita começou no final de fevereiro e está terminando agora. O assessor da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), Ivanir Maia, explica que a situação no oeste, cerrado baiano, não é muito diferente. Segundo ele, a produção de soja, que já começa a ser colhida neste mês, deve ter uma redução de 16%, chegando a 1,9 milhão de toneladas. Já a queda na safra baiana do milho é estimada em 20% pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). Mas na região oeste, nesta primeira safra, já se constata uma queda de 32% em comparação com 2004/2005. Em alguns municípios, a seca causou a perda total do milho, pois não chegou a haver o enchimento dos grãos. A Conab calcula ainda uma perda de 58% na colheita da mamona. A produção baiana, que é a maior do País, deve cair de 169,4 mil toneladas para 69,6 mil. No caso do café, a seca atingiu a época da granação, no mês passado, murchando o fruto no pé. Cafeicultores baianos calculam que as perdas devem chegar a 20% nas plantações irrigadas e até 50% nas de sequeiro. Segundo José Ferraz, até o Concurso Qualidade Café da Bahia, que premia os melhores cafés do estado, está ameaçado de não acontecer este ano, por conta da estiagem.

Para amenizar os efeitos da seca, o governo do estado anunciou que vai investir pelo menos R$ 560 milhões nos 233 municípios baianos mais atingidos, em ações estruturantes de ampliação da oferta de água, construção de casas e geração de emprego e renda. Na parte de infra-estrutura, está prevista a construção de 495 sistemas de abastecimento de água, 6 mil cisternas, 258 poços e 42 barragens.

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