Estiagem preocupa os cafeicultores paulistas

AGRÍCOLA
19/09/2007
 
Estiagem eleva custos na pecuária
Sem pasto, pecuaristas têm pressa em negociar animais para reduzir despesas com o confinamento
 
Fábio Marin
Mais uma semana de calor e seca em todo o Estado de São Paulo. A estiagem já passa de 50 dias na maior parte do Estado, mantendo a tendência de queda no armazenamento hídrico nos solos iniciada no fim de julho. A umidade do solo está abaixo de 20% em praticamente todo o Estado e apenas em Iguape as reservas superam os 40%.

A queda na umidade do solo, associada às taxas de evapotranspiração em torno de 3 milímetros por dia, agrava a condição no campo, mantendo a deficiência hídrica acima de 10 milímetros e a umidade relativa do ar abaixo de 20% em boa parte do Estado nos horários mais quentes do dia.

PECUÁRIA

Essa condição tem afetado os pecuaristas paulistas e influenciado fortemente o mercado. Como a estiagem impede o uso do pasto e eleva o custo da ração ofertada no cocho, os produtores tendem a negociar seu rebanho para evitar maiores perdas, baixando os preços do boi. No setor leiteiro, entretanto, apesar do aumento do custo de produção por causa da seca, os produtores ainda encontram condições favoráveis de comercialização por causa da elevação no preço do produto neste ano.

A seca também preocupa os cafeicultores paulistas, por causa do estresse decorrente da baixa umidade e do calor, mas também pela dependência do cafeeiro em relação à chuva nesta época do ano. Para iniciar a florada e mantê-la com bom vigor, o cafeeiro depende de chuvas regulares e em boa quantidade.

Os produtores de hortaliças do oeste e noroeste do Estado têm tido dificuldades por causa da estiagem e do calor. Além da perda de produtividade e da queda na qualidade do produto, há problemas para irrigar a horta de acordo com as exigências das plantas.

COLHEITA

Para as lavouras em colheita o clima está favorável. A safra da cana prossegue com boas condições para o corte e o transporte em todo o Estado. Nas lavouras de cebola de Monte Alto e Taiaçu, os produtores mantiveram o ritmo acelerado na colheita para aproveitar os bons preços do produto. O tempo também favoreceu a colheita da laranja em Bebedouro e Matão, e da banana em Registro e Iguape.

*Fábio Marin é pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária. Para mais informações sobre tempo e clima no Brasil, acesse www.agritempo.gov.br