Falta de chuvas deve provocar perdas de 14,1% na colheita em Minas Gerais |
Graziela Reis A forte estiagem que atinge Minas Gerais vai provocar uma redução na safra total de grãos de Minas Gerais. A previsão é de uma redução de 14,1% na colheita. De acordo com estimativas do Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA), da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção mineira de grãos deve ser próxima das 8,2 milhões de toneladas. As previsões iniciais apontavam para uma safra de 10 milhões de toneladas. Os dados foram apresentados para a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas. As principais culturas atingidas pelo veranico em Minas Gerais são: milho, 5,1 milhões de toneladas, ou queda de 17%; soja, 2,5 milhões toneladas ou queda de 8%; feijão, 178,3 mil toneladas, menos 31%; arroz, 198,3 mil toneladas, redução de 6,9%; e algodão, 60,7 mil toneladas, queda de 11,7%. Para o secretario-adjunto de Agricultura, Marcelo Franco, no que diz respeito ao café, a expectativa é de uma pequena quebra na Zona da Mata, mais atingida pela seca, e no Sul de Minas. Apesar da redução possível, ele lembra que a safra que será colhida este ano vai continuar alta, perto das 40 milhões de sacas. CAFÉ A estiagem pode causar danos aos grãos dos cafés, mas a perda de safra ainda não é certa. Segundo o presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Roberto Puliti, por causa da falta de água o desenvolvimento do grão pode ser menor. “Mas ainda não dá para calcular nada”, afirma. Ele diz que, até então, a previsão para a safra nacional de café que começa a ser colhida em maio é da ordem de 43 milhões de sacas, de acordo com o primeiro levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Para sabermos o que a seca causou temos que esperar a segunda previsão, que deve sair em abril”, observa Puliti. Ele também ainda não acredita em aumento de preços para a saca por causa da estiagem. “A seca pode ajudar nesse sentido, mas não dá para prever”, diz. O diretor da Fazenda Vista Alegre, que produz café especial em Jaboticatubas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Alexandre Gonzaga, calcula que se a seca provocar uma redução na safra de café Minas e, conseqüentemente, do país, essa não deve ser maior do que 10% ou 15%. “Não vai ser apenas por causa da seca. Também tenho notado falta de trato nas lavouras. Apesar da recuperação do valor da saca no último ano ainda tem muito cafeicultor descapitalizado”, explica. Gonzaga observa que os reflexos desta esSiagem também só deverão ser constatados durante a colheita. “Só aí vai dar para ver se o grão ficou mal-formado, quebrado ou de peneira baixa por causa da falta de água”, diz. |