18/04/2013
José Antônio Bicalho jleite@hojeemdia.com.br
A queda continuada do preço do café no mercado internacional, que já está próximo de testar o piso histórico de R$ 300 (saca de 50 quilos), é fruto de um misto de especulação e suspeição sobre os dados de safra.
De acordo com Eduardo Carvalhaes, do Escri tório Carvalhaes, uma das mais tradicionais tradings de café do país, não existe crise de sobreoferta no mundo, e os estoques brasileiros da safra 2012/2013 estariam quase no fim, o que contrariaria o recuo das cotações.
“O fato é que (especuladores) buscaram sistematicamente desacreditar as estimativas da Conab, dizendo que a safra era bem maior. E esse trabalho foi tão forte que, hoje, ninguém está comprado na bolsa de Nova York. E quando todo mundo aposta na queda dos preços, eles caem mesmo”, disse.
Segundo Carvalhaes, o Ministério da Agricultura precisa recuperar a credibilidade dos levantamentos da Conab, apresentando com transparência a composição das estimativas, para que se possa, então, formular uma política de preço mínimo com base na realidade da produção e oferta de café.
Foi por conta da falta de justificativa técnica para o comportamento dos preços internacionais que, segundo Carvalhaes, o Conselho Monetário Nacional se negou a fazer o anúncio do estabelecimento do preço mínimo de R$ 340 para a saca, que era aguardado no último dia 25 de março.