Uma das alternativas que podem ser utilizadas para reduzir o impacto das mudanças climáticas sobre os cafezais é o plantio de árvores na mesma área reservada aos pés de café.
As possibilidades e limitações do sistema foram debatidas ontem, na Secretaria de Estado da Agricultura, por especialistas dos governos estadual, federal, universidades e entidades dos produtores.
“O efeito estufa é uma realidade e as hipóteses mais otimistas são de aumento da temperatura média de 1,6 a 2 graus centígrados até o final do século, se todos colaborarem para evitar o agravamento da situação”, observou o secretário de Estado da Agricultura, Gilman Viana.
Segundo ele, “se não fizermos nada para evitar o pior, a temperatura poderá aumentar até 6 graus em média. Por isso, temos que nos preparar para conviver com os efeitos da alta temperatura na pecuária, na agricultura e na oferta de água, por exemplo”.
Projeções O professor Ricardo Henrique Santos, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), apresentou projeções de aquecimento até 8 graus centígrados em Minas Gerais por volta do ano 2100.
E observou que a arborização poderá reduzir esse impacto em cerca de 3 graus no máximo. “A situação vai impor mudanças profundas, entre elas a incorporação de áreas de cultivo em locais mais altos e frios, tradicionalmente dedicadas ao plantio de frutas e flores.”
O pesquisador Rodrigo Luiz da Cunha, da Epamig, informou que estão sendo testadas cultivares novas principalmente para atender às condições de temperatura em lavouras do Norte, Nordeste de Minas, Triângulo e Alto Paranaíba, entre outras.