CaféPoint – 06/10/2014
Durante a ExpoEspeciales 2014 – feira da Colômbia voltada para o mercado do café-, especialistas de diferentes países concordaram em destacar as denominações de origem baseadas na produção e comercialização de produtos de alta qualidade, como modelos positivos pelos benefícios que trazem para os produtores e suas regiões. A ExpoEspeciales é organizada pela Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia (FNC) como parte de sua estratégia de valor agregado para promover e visibilizar a produção de cafés da mais alta qualidade provenientes de diferentes regiões da Colômbia. É também um cenário atrativo para consumidores, compradores e profissionais da indústria cafeeira que assistem de diferentes continentes.
O reconhecimento, a defesa e o aproveitamento adequado das denominações de origem para a tequila mexicana, o café da Colômbia e os torrones de Jijona y Alicante se traduziram em desenvolvimento econômico, como expressaram vários especialistas no tema, convidados para o Seminário “Desafios das Denominações de Origem e o Mercado Internacional”, organizado pela FNC e pela Superintendência de Indústria e Comércio (SIC) da Colômbia na ExpoEspeciales 2014. No seminário, a posição de vanguarda do Café da Colômbia quanto ao reconhecimento das denominações de origem regionais e sua defesa com ajuda de tecnologia de ponta se destacou amplamente.
Luis Fernando Samper, gerente de Comunicações e Mercado da FNC, expôs sua estratégia ambiciosa de proteção de origem do café da Colômbia, para a qual dispõe de efetivos instrumentos jurídicos aplicáveis em diferentes regiões do mundo e tecnologia de ponta, como Espectroscopia de Infravermelho Próximo (NIRS) para detectar infrações à origem. Samper destacou que essa estratégia de diferenciação e segmentação (que inclui as Denominações de Origem regionais do Café da Colômbia) permitiram elevar a demanda e o reconhecimento pelos cafés especiais de diferentes origens, promovendo a Colômbia como a origem de cafés diversos, todos arábicas de alta qualidade.
“À medida que se segmenta a oferta, pode-se obter maior valor; as denominações de origem regionais buscam dar poder ao produtor, gerando maiores rendas às famílias cafeeiras com cafés insubstituíveis; segmentar nossa oferta permite captar o chamado excedente do consumidor”, disse Samper.
Por outro lado, o mexicano, Ramón González, diretor do Conselho Regulador de Tequila e presidente da Origin Internacional, disse que essa bebida emblemática foi a primeira denominação de origem do México, declarada em 1974. Vinte anos depois, foi criado o Conselho Regulador de Tequila e, desde então, as vendas da bebida têm crescido substancialmente. Ele disse que os benefícios diretos aos produtores foram complementados pela maior presença de visitantes e com rendas complementares que geram os visitantes na chamada “Rota da Tequila”, que, em 2013, registrou 817 mil visitantes e deixou um lucro de quase US$ 37 milhões.
Por outro lado, o secretário geral do Conselho Regulador de Torrones Jijona y de Alicante e diretor de Origem Espanha, destacou que o reconhecimento e a proteção das denominações de origem é um modelo de desenvolvimento que cresce e se consolida no mundo. “Há um progressivo aumento da implantação e extensão das indicações geográficas. Quando se reconhece uma denominação de origem, converte-se em um patrimônio”.
Por último, José Luis Londoño, Superintendente Delegado para Propriedade Industrial da SIC, ressaltou que as denominações de origem são uma ferramenta de competitividade para o agro colombiano.
*Os dados são da FNC/ Tradução por Juliana Santin