COMÉRCIO
Governo quer diversificar pauta e monta força-tarefa
ANA PAULA PEDROSA
O número de empresas exportadoras de Minas deve crescer 10% este ano, apesar do câmbio desfavorável. Segundo o diretor da Central Exporta Minas, Jorge Oliveira, há três anos o número de empresas está estagnado em 1.400. O que deve incentivar a entrada de novas empresas no mercado externo são o maior número de missões internacionais promovidas pelo governo e pela iniciativa privada, e parcerias entre a Central e entidades de classe.
Ontem foi assinado o termo de adesão das Federações das Indústrias (Fiemg) e da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e como Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) à Exporta Minas. De acordo com Oliveira, essa adesão vai ajudar a mostrar aos pequenos e micro empresários o caminho para o mercado externo.
“O dólar desvalorizado é um obstáculo, mas existem oportunidades específicas”, afirma. Quem produz mercadorias com mais valor agregado, como jóias, móveis e moda, ou estáemsetores nos quais o Brasil é mais competitivo, como alimentos, tem mais chance. Um exemplo é a exportação de ovos. Há dois anos, Minas não negociava o produto como mercado externo. Hoje, depois de ações de apoio ao produtor, o Estado é o maior exportador nacional.
O presidente da Faemg e do Sebrae, Roberto Simões, disse que a capilaridade das entidades de classe vai ajudar a identificar os potenciais exportadores de Minas e também mostrar aos pequenos o caminho até o mercado internacional. Como exemplo ele citou a missão empresarial que parte no próximo sábado rumo ao Oriente Médio.
Os empresários e representantes do governo irão visitar o Egito e Dubai, nos Emirados Árabes, e já poderão identificar possíveis compradores para alimentos produzidos em Minas Gerais. Osecretário de Desenvolvimento Econômico, Márcio Lacerda, destacou a importância de diversificar a pauta de exportações do Estado, concentrada em commodities como minério de ferro, aço e café.
Metade do valor exportado pelo Estado é negociado pelas dez maiores empresas, que têm se beneficiado da alta na demanda por seus produtos no mercado externo. O Exporta Minas foi criadoem2004 para orientar gratuitamente os empresários mineiros sobre os procedimentos para exportação.
Por meio da central é possível receber informações sobre logística, documentação, câmbio, contratos, adequação de produtos e outros aspectos. O vice-presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, acredita que os benefícios do programa possam se refletir também no mercado interno. “Quando uma empresa está preparada para o mercado externo, ela também ganha em competitividade no mercado interno”, diz.