2006/05/01 | 11:29Marta
Sabonetes de azeite, café e canela
Por Duarte, Agência Lusa
Escocês fabrica no Algarve produtos cem por cento naturais
Café, canela, figo, laranja e lúcia-lima são ingredientes usados pelo escocês Kenneth Walker para fabricar no Algarve sabonetes cem por cento naturais, feitos à base de azeite e que diz serem de melhor qualidade que os convencionais.
É nos montes e vales que circundam a típica aldeia de Alte, perto de Loulé, que o escocês colhe as plantas que irão dar cor e cheiro aos sabonetes, produzidos na pequena fábrica que montou na garagem de sua casa.
À base, feita de azeite produzido na região, óleo de amêndoas doces e de palma, Kenny acrescenta as mais diversas essências: mel, café, lavanda, hortelã-pimenta, limão, canela e bela-luísa (nome que no Algarve se dá à lúcia-lima).
O resultado são sabonetes cem por cento naturais, isentos de químicos, e que, segundo declarações do escocês à agência Lusa, deixam a pele mais macia que os sabonetes comerciais, porque o azeite retém a humidade, evitando a desidratação da pele.
A loja Papa-figo, em Alte, onde vende os sabonetes que fabrica sem a ajuda de ninguém, só existe há três anos, mas há mais vinte que Kenny conhece o Algarve.
A ideia de fabricar barras de sabonete a partir de azeite surgiu-lhe quando a mãe voltou de férias da Grécia e trouxe consigo vários sabonetes feitos à base daquele óleo.
Até encontrar a fórmula ideal, Kenny, de 44 anos, passou anos a fazer pesquisa em bibliotecas e na Internet, até que, em 1999 e ainda na Escócia, começou a fabricar os primeiros sabonetes.
Usando os familiares como cobaias, foi aperfeiçoando a técnica e diversificando os produtos: além de sabonetes, produz agora também bálsamos para os lábios e sabonete para a barba, entre outros.
O processo de fabrico do sabonete requer precisão na mistura de ingredientes, que são depois aquecidos a determinada temperatura e colocados em moldes, explica.
Passados cerca de dois dias solidificam e ficam a curar durante um mês, altura em que estão prontos para consumo, não sem antes serem delicadamente envolvidos em papel de fabrico artesanal.
«Opium dream» (sonho de ópio), feito à base de «patchouli» e lavanda, «Primavera», feito de bela-luísa, e «Monastic Simplicity» (simplicidade monástica), feito apenas de azeite e sem cheiro são alguns dos nomes que Kenny atribui às suas criações.
Apesar da clientela ser basicamente constituída por estrangeiros, Kenny diz que são cada vez mais os portugueses que procuram os seus produtos, vendidos também em lojas de Faro, Lisboa e Messines.
Garantindo que os sabonetes que produz «duram tanto como os comerciais», diz que o segredo está na precisão com que se misturam as essências e na alteração da receita consoante a estação do ano.