Esalq lança novos índices de desempenho do agronegócio

Vilma Gasques
DA AGÊNCIA ANHANGÜERA
vilma@rac.com.br

19 de janeiro de 2006 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Correio Popular

Indicadores trarão dados inéditos de volume, preços, câmbio e nível de atratividade nas exportações


Tão importante para as negociações internacionais quanto a qualidade do produto é a informação sobre os mercados e os preços praticados em cada país. É neste sentido que o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), de Piracicaba, lançou ontem os Índices Cepea de Desempenho do Agronegócio. São números macroeconômicos do segmento em todo o Brasil e incluem os índices inéditos de preços de exportação, da taxa efetiva de câmbio do agronegócio, da atratividade das exportações no setor e do volume de exportações.


O novo índice será divulgado mensalmente e servirá de base, principalmente para pequenos produtores e cooperativas de agronegócios, que ao fazer negócios terão oportunidade de saber qual país está comprando mais e qual a melhor negociação.


Em conjunto, os quatro índices preenchem uma importante lacuna para os estudos, proporcionando análises mais refinadas do agronegócio. Até então, não se tinha nenhum indicador que agregava os preços de exportação comparado com o volume vendido a outros países neste segmento. Em relação ao câmbio, as análises do setor levam em conta a taxa geral da economia brasileira.


Um dos coordenadores da pesquisa, professor Geraldo Sant’Ana de Campos Barros, diz que paralelamente ao estudo dos índices agregados do agronegócio, o Cepea está desenvolvendo cálculos setoriais de 33 produtos com o objetivo de criar novos indicadores de preço e volume para os principais segmentos do agronegócio. Os trabalhos já começaram a ser feitos para o leite, café, carne bovina, suína e frango. “Vamos ter um câmbio do agronegócio através da média de valor das moedas dos dez principais países importadores do Brasil e identificar o que puxa os preços para baixo ou para cima”, explica.


Para chegar aos dados atuais, Barros levantou os números relativos ao setor nos últimos dez anos. “O que vem mantendo a exportação em alta e a lucratividade crescente é a produtividade maior em cada hectare trabalhado e a produção em escala por causa do uso da tecnologia química, biológica e mecânica. Mas estamos no nível de acender a luz amarela com relação à desvalorização do dólar. A moeda norte-americana não deve perder mais valor, caso contrário pode haver uma reversão dos números”.


“Pode-se concluir que a valorização cambial tem sido excessiva, a ponto de não ser compensada pela evolução dos preços dos produtos exportados pelo agronegócio brasileiro. Persistindo esse quadro de valorização cambial é possível que em 2006 haja impactos sobre as exportações do setor, o que não seria desejável para o desempenho do segmento externo da economia brasileira.”


Barreiras não-tarifárias


Além dos índices macroeconômicos o Cepea também está desenvolvendo uma linha de pesquisa com foco nas políticas comerciais, em especial as que se referem à barreiras não tarifárias, como as sanitárias, técnicas e ambientais.


Essas barreiras, que são normas definidas por cada país e regulamentam programas de certificação, tem provocado alterações substanciais nas exigências enfrentadas pelos exportadores. Atualmente, além de atender às regulamentações aduaneiras, o exportador precisa acompanhar, permanentemente as normas e interpretar às novas exigências que surgem no mercado internacional.


Para orientar o produtor e exportador brasileiro em ações estratégicas nas negociações internacionais, o Cepea está desenvolvendo um processo para identificação sistemática e análise de barreiras técnicas às exportações brasileiras que também serão disponibilizadas aos envolvidos no agronegócio


OS NÚMEROS


40%


PAUTA DE EXPORTAÇÕES


É o quanto representa o segmento do agronegócio


11,64%


CRESCIMENTO


Foi a alta registrada nas vendas de produtos agropecuários — desde os que saem in natura das propriedades rurais até os processados — em 2005 em comparação com o ano anterior

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