Cochonilhas são pequenos insetos que sugam a seiva das plantas, podendo se tornar pragas potenciais em importantes culturas como o café, o abacaxi e o mamão, e prejudicar grande parte da colheita. Além disso, as cochonilhas também são vetores (transmissoras) de importantes doenças de plantas causadas por vírus.
Estudo iniciado em 2003 pelos pesquisadores do Incaper José Aires Ventura, Mark Culik e David Martins identificou cochonilhas da família Diaspididae, caracterizadas por terem aspecto farináceo e apresentarem carapaça, que foram registradas pela primeira vez no Espírito Santo, sendo que cinco dessas espécies ainda não haviam sido identificadas no Brasil.
José Aires Ventura explica que o resultado das análises das cochonilhas será fundamental para estabelecer melhores estratégias de controle da praga sem agredir o meio ambiente e evitar o desequilíbrio ambiental. “O excessivo uso de agrotóxicos nas plantações para controle das cochonilhas acaba matando, também, insetos benéficos que podem ajudar no controle desta e de outras pragas agrícolas”, explicou.
Por esta razão, no momento estão sendo estudadas pelo Incaper várias espécies de inimigos naturais das cochonilhas, sendo algumas ainda não conhecidas pela ciência. O objetivo da pesquisa é o uso destes inimigos naturais no controle biológico das pragas, evitando assim o uso de agrotóxicos nas plantações. A infestação de cochonilhas no cafezal causa a queda de grãos pequenos, dificultando a colheita e proporcionando altas perdas.
De acordo com Mark Cluik, a descoberta de quais espécies de cochonilhas ocorrem no estado viabiliza a busca de melhores alternativas para manejo destas pragas e facilita a continuidade das pesquisas, uma vez que será possível a coleta de informações em estudos já existentes no mundo. Os resultados dos estudos desenvolvidos pelos pesquisadores do Incaper foi publicado no Journal of Insect Science, da conceituada University of Wisconsin nos Estados Unidos.
Segundo o diretor-presidente do Incaper, Gilmar Dadalto, o sucesso das pesquisas é fruto dos investimentos do Governo do Estado no fortalecimento da ciência e da tecnologia e demonstra o reconhecimento da importância das pesquisas desenvolvidas pelo Incaper. Destaca-se aqui a importante contribuição da pesquisadora e especialista em taxonomia (identificação) de cochonilhas da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) do Rio Grande do Sul, Vera Wolff. As informações são do Incaper.