Especialista alerta sobre os principais equívocos e como evitá-los durante Fenicafé 2025
A irrigação é uma ferramenta essencial para garantir produtividade e qualidade na cafeicultura. No entanto, erros frequentes podem comprometer os resultados e elevar os custos de produção. O Prof. Dr. Luiz Fabiano Palaretti, da UNESP Jaboticabal, ditou os principais equívocos cometidos pelos produtores e orientou sobre como evitá-los.
“Errar faz parte do aprendizado, mas repetir os mesmos erros pode comprometer todo o sistema de irrigação e, consequentemente, a lavoura”, alertou Palarett, listando os principais equívocos que precisam ser evitados:
A escolha dos equipamentos de irrigação influencia diretamente o desempenho do sistema. “Muitas vezes, o barato sai caro. O produtor deve investir em equipamentos de qualidade, de empresas confiáveis e que tenham projetos já consolidados no mercado”, recomendou.
Palaretti enfatizou a importância de contar com especialistas na área. Isso evita os ‘aventureiros da irrigação’, aqueles que vendem equipamentos sem conhecimento técnico. Devido isso, devemos exigir uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do profissional responsável pelo projeto. Se suspeitar de exercício ilegal da profissão, denuncie ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), orientou.
A tecnologia na agricultura irrigada evolui constantemente. “Produtores que não acompanham essas mudanças acabam ficando para trás. Participar de eventos como a Fenicafé é essencial para trocar experiências e se manter atualizado”, afirmou.
Monitorar o funcionamento da irrigação é crucial para evitar desperdícios e custos desnecessários. Não aferir a pressão e a vazão do sistema é um erro grave. Pequenas variações podem causar grandes impactos na eficiência da irrigação. É fundamental realizar medições periódicas e recalibrar o sistema sempre que necessário.
A instalação correta dos equipamentos garante a precisão dos dados e o bom funcionamento do sistema. “Um exemplo clássico é a instalação errada de estações meteorológicas. Se não forem posicionadas conforme as normas da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), os dados coletados podem ser imprecisos e comprometer o planejamento da irrigação”, explicou.
Segundo o especialista, a capacitação é essencial e confiar o sistema de irrigação a profissionais sem treinamento adequado pode trazer prejuízos. “Todos os colaboradores envolvidos devem entender suas responsabilidades e os impactos de seus erros e acertos. Investir em capacitação é essencial para garantir um manejo eficiente da irrigação”, ressaltou.
O uso da água na irrigação precisa estar regulamentado. O produtor não pode simplesmente instalar um sistema sem garantir o direito de uso da água. A outorga de uso da água deve ser obtida para assegurar a legalidade do processo. Além disso, adotar práticas que contribuam para a conservação hídrica na propriedade é uma estratégia fundamental.
Palaretti também incentivou os produtores a compartilharem seus avanços. “Se você está investindo em melhorias no sistema, treinando sua equipe e adotando práticas sustentáveis, fale sobre isso! A divulgação dessas ações pode servir de exemplo para outros produtores e mostrar à sociedade a responsabilidade ambiental da cafeicultura irrigada”, sugeriu.
Encerrando sua palestra, o professor reforçou o papel de eventos como a Fenicafé na disseminação de conhecimento.
“Poucas pessoas sabem o tamanho da responsabilidade de um produtor irrigante e o medo de errar que ele carrega. Aqui, temos a chance de aprender juntos, discutir soluções e evoluir como setor”, disse.
“Se tens que lidar com água, consulta primeiro a experiência, depois a razão.” – Leonardo da Vinci.
Confira a palestra completa pelo nosso Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=TuJZUlUX-jo
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