Equilíbrio nutricional é essencial para o sucesso na cafeicultura

O cultivo do cafeeiro conilon tem sido caracterizado pela constante busca por aumento da produtividade. Para a expressão de todo o potencial produtivo dessa cultura, é fundamental a nutrição equilibrada das plantas, seguindo corretamente todas as etapas do processo.
 
O objetivo da adubação é fornecer, de maneira complementar, os nutrientes exigidos pela lavoura de café, suprindo e adicionando a disponibilidade já existente no solo. Deve-se buscar um equilíbrio no fornecimento de nutrientes via solo e via foliar, conferindo por meio das análises de solo e folha, as exigências nutricionais da cultura.
 
As análises de solo e folha se complementam, e são necessárias para evitar excesso ou escassez de adubos, o que pode prejudicar o desenvolvimento vegetativo e produtivo das plantas. Essas análises são práticas de baixo custo e que trazem muitos benefícios. No entanto, é primordial que as amostras sejam coletadas corretamente, pois, caso contrário, todo o trabalho a ser realizado estará comprometido.
 
A partir dos resultados da análise de solo, deve-se, se necessário, realizar primeiramente a calagem, para fornecer cálcio (Ca) e magnésio (Mg), e manter o pH na faixa adequada, em que há maior disponibilidade de nutrientes. Posteriormente, aplicam-se os fertilizantes com nutrientes exigidos pelo cafeeiro.
 
Lavouras com baixo vigor geralmente não apresentam um teor adequado de nutrientes no solo, do mesmo modo que lavouras com alto vigor não apresentam um baixo teor nutricional. Portanto, é essencial, além da interpretação das análises, a análise visual da lavoura. Por isso, o bom senso do técnico e do cafeicultor é essencial na recomendação da adubação do cafeeiro, pois, deve-se observar: o histórico da área, expectativa de produção, espaçamento da lavoura, estado vegetativo do cafeeiro, exigências de nutrientes para vegetação e produção, idade da lavoura, cultivar, nível de aproveitamento dos adubos aplicados, dentre outros fatores.
 
Desde 1862, a lei do mínimo, formulada por Liebig, diz que “a produção das culturas é limitado pelo nutriente em menor disponibilidade no solo, mesmo que todos os outros estejam disponíveis em quantidades adequadas”. Os nutrientes que são absorvidos em maior quantidade pelas plantas são considerados macronutrientes, e os que são absorvidos em menor quantidade, são considerados micronutrientes. Portanto, todos os nutrientes, mesmo que exigidos em quantidades diferentes, têm grande importância para a produtividade.
 
O fornecimento de nutrientes ao cafeeiro deve acompanhar o ritmo de crescimento e produção. Se a nutrição da lavoura não estiver adequada, os grãos serão menores e mais leves, o crescimento dos ramos será limitado, o pegamento da florada será afetado, incidência de pragas e doenças será maior, ou seja, terá reflexos diretos na produção do ano corrente e do ano seguinte.
 
Embora muitas vezes não seja utilizada entre os cafeicultores, a adubação verde, assim como a orgânica, é uma prática que melhora bastante as condições físico-química e microbiológicas do solo. A adubação verde pode ser feita, realizando plantio consorciado com o café, de plantas que forneçam alto volume de massa verde, baixa relação carbono/nitrogênio (C/N) e que apresentem um ciclo curto de desenvolvimento até o florescimento. As espécies recomendadas são da família das leguminosas, que apresentam a grande vantagem de fixar o nitrogênio atmosférico, por intermédio dos rizóbios que vivem em simbiose com suas raízes. No entanto, é importante ressaltar que essa prática só terá efeito satisfatório em longo prazo.
 
Quanto à adubação orgânica, é importante que o cafeicultor sempre utilize, pois, além dos efeitos benéficos incontestáveis, contribuem para a ciclagem e fornecimento de nutrientes. Um exemplo é a palha de café, que muitas vezes é queimada nas fornalhas dos secadores, e tem aproximadamente 1,7% de (N); 0,1% de (P2O5); e 3,2% de (K2O).
 
Apesar da pesquisa ter avançado bastante, com relação à adubação do cafeeiro, ainda existem diferentes recomendações e algumas controvérsias. Mas, como se sabe, é impossível fazer uma recomendação que atenda toda a cafeicultura, pois existem diferentes tipos de clima, diferentes tipos de solos (tanto no aspecto físico quanto químico), diferentes tecnologias e produtos, e pela própria dinâmica da cultura.
 
Como se pode perceber, para obter lavouras equilibradas nutricionalmente, é importante que todas as etapas da adubação sejam realizadas corretamente. Com isso, além de ter maiores produtividades, maior tolerância a determinadas pragas e doenças, apresentarão maior qualidade do fruto. Conseqüentemente, serão garantia de lucratividade ao cafeicultor.
 
Equipe Conilon Brasil

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