A realização de leilões pelo governo para a compra de café nos meses de novembro, janeiro, fevereiro e março não irá resolver o problema do cafeicultor. É o que afirma Telmo Heinen, analista e presidente da Abrasgrãos. Ele afirma que além o valor fixado está muito aquém do ideal. “O mês de vencimento das opções é menos importante que o valor de R$ 303, oferecido no leilão de novembro. Eu acredito que o valor ficou baixo, ele deveria estar em torno de R$ 330, de acordo com o que eu venho acompanhado no mercado de café… É inacreditável que o governo tenha conseguido enrolar os produtores por exatamente um ano: de novembro de 2008 a novembro de 2009”.
Ele afirma que, para realizar uma ajuda eficaz ao setor, o governo poderia ter optado por outras alternativas .“Se o governo fosse atender os produtores com contrato de opção para agora, seria melhor fazer AGF (Aquisição do Governo Federal), ou então colocar em prática aquela idéia de trocar as dívidas por produto”.
Necessidade de um movimento efetivo
Telmo destaca também a falta de resultados que os movimentos dos cafeicultores, que procuram melhores condições, vêm sofrendo. “Como é que pode os cafeicultores de Minas Gerais terem feito uma comitiva a Brasília com o governador do estado e não conseguirem ser atendidos? Eu estou achando que chegou a hora de fazer alguma radicalização”.