ENTREVISTA: Produtor brasileiro paga até 150% a mais pelo glifosato

Glifosato chega a custar até 150% a mais para o produtor brasileiro em relação ao que é pago pelos produtores da Argentina e do Paraguai. De acordo com Eduardo Porto, analista do CustodoAgro, o glifosato é uma commodity, portanto os preços altos não se justificam. “O que nós estamos vendo aqui no Brasil é uma situação que eu, particularmente, considero escandalosa, e que não se encontra em outros países, sequer em nossos vizinhos do Mercosul”.

Porto explica que a China é o principal produtor de glifosato do mundo, responsável pelo abastecimento da Monsanto. “A Monsanto não tem capacidade técnica para atender sua própria demanda. Hoje a empresa é a principal cliente das 70 fábricas existentes na China que produzem o glifosato técnico”. O analista conta que é possível comprar glifosato formulado ao custo de US$ 1,70. Enquanto que para o agricultor, o produto genérico está chegando a US$ 3,80 a US$ 4. A Monsanto vende seu produto de US$ 5 a US$ 7, dependendo da região.

“O que nós estamos verificando é que toda a questão do endividamento agrícola está passando ao lado desta situação, que é muito importante”. Porto diz ainda que hoje o produtor brasileiro é um dos que mais paga pelos insumos. Na Argentina e no Paraguai, é possível comprar glifosato hoje a US$ 2.