02/08/2010
Café: Realização de lucro nas Bolsas nesta segunda-feira não muda em nada
os fundamentos do mercado. Falta café, estoques são baixos, e o perigo é o
clima. É preciso chover no sul de Minas até fim de agosto para garantir as
floradas.
Nesta segunda-feira, o café começa a devolver os ganhos dos
últimos dias com a realização de lucros. Isso aconteceu com o café Conilon,
depois de ter batido o melhor preço dos últimos 21 meses, que agora perde US$6
por tonelada, recuando 33%.
Segundo Lúcio Dias, superintendente comercial da Cooxupé, “o café não subiu
muito”, e o que aconteceu na verdade foi um reajuste nos preços, alcançando os
patamares que deveriam estar vigorando desde o início do ano. A tendência
é de que essa volatilidade expressiva permaneça. “A cada vez que o mercado cria
um novo patamar e o produtor participa um pouco, ele fica mais valente e mais
forte para não vender. Quem ajudar a construir o mercado é o produtor”, explica
Dias.
Quanto à previsão de bons para os preços para as próximas quatro safras, o
representante da Cooxupé afirma que isso só será possível caso haja problemas
sérios e expressivos na produção. Entretanto, os estoques são baixos, tanto os
do governo quanto em outros lugares do mundo, e isso devem dar sustentação aos
preços. O clima poderá ser outro fator determinante, caso não seja favorável
para as lavouras cafeeiras, também segurando a estabilidade do mercado. Em Minas
Gerais, por exemplo, é preciso chover até o final deste mês para que a
florada esteja garantida.
Sobre a negociação do café brasileiro nas bolsas internacionais, Dias diz que
o comércio brasileiro trabalha com uma margem muito estreita e que é um dos
menores que existe no mundo, e o valor líquido recebido pelo produtor fica entre
90 e 92% do preço de venda, o que não se repete na Colômbia, onde o cafeicultor
fica com apenas 30%. Essa relação é que deve ser avaliada quando se pensa em uma
comercialização internacional, orienta o superintendente comercial da
Cooxupé.
Fonte: Redação NA