Café: momento atípico para o café… Início de safra com preços em alta tem estimulado as vendas. Cenário de escassez no mercado internacional deve persistir até o final do ano.
O mercado do café está vivenciando um momento atípico nas suas cotações e para brasileiros, essa alta nos preços junto ao início da safra tem estimulado as vendas. A explicação para o cenário atual é devido ao temor que a falta de cafés certificados nos estoques causa no mercado internacional. Essa tendência deve persistir até o final do ano.
Para os brasileiros, veio em perfeita hora, pois vivem a colheita de mais da metade da safra que é considerada recorde com preços que ao invés de cair devido a oferta, é sustentado justamente pela falta escassez de produto no mundo. Segundo Gil Carlos Barabach, analista da Safras e Mercados, este é um movimento que vem sendo delineado há alguns anos, principalmente com a consecutiva quebra na safra da Colômbia.
Outro fato importante para ser lembrado é que com o atraso do recebimento do dinheiro destinado ao Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), os cafeicultores estão aproveitando para vender e se capitalizar, aproveitando os altos preços para cobrir os custos da chegada da safra, bem como, já começa a planejar melhor sua comercialização, ou seja, a firmeza dos preços no mercado de café suaviza a carência da falta de recursos do Funcafé.
Barabach analisa que o cenário de curto prazo é de acomodação, já que continua em alta desde maio e deve alcançar setembro nesses patamares. No entanto, para o médio e longo prazo, por meados de outubro, quando a oferta em si aumenta, principalmente por café com certificação na Bolsa de Nova York, a tendência é de queda, porém, a “gordura” acumulada desde maio abre espaço para o produtor trabalhar mesmo que o mercado caia. O analista afirma que não é um quadro preocupante para o setor.
A dica então continua para que o cafeicultor aproveite o momento para se capitalizar, mas dilua essa venda ao longo desta temporada que deve ir até o começo do ano que vem, apostando no médio e longo prazo, pois os preços não devem cair tão acentuadamente.
Fonte: Redação NA