14/07/2010
“O problema aqui no Brasil é que não existe política
agrícola, existe um fundo de crédito que quando você não tem como pagar eles
prorrogam e vem um crédito novo, ou seja, é um capital de giro que a cada dia
afunda mais o produtor”, diz o deputado federal Carlos Melles sobre os recursos
que são disponibilizados para a cafeicultura no país.
Segundo o
deputado, os erros são repetidos desde o passado, quando muitos pés de café
foram queimados e muitos produtores abandonaram o setor, migrando para as
cidades, movimento que resultou em uma favelização.
Um exemplo deste “mau uso” dos recursos é a verba do Funcafé, que não chega
aos produtores por conta da burocracia existente no processo. Além disso, a CNA
também tentou agilizar a liberação do recurso, que não foi concretizada em
decorrência da falta de força política para isso. “Dinheiro da colheita o
produtor deve esquecer (…) 30% da safra já foi colhida, mas já está vendida
acima de 30%, no mercado físico e no mercado futuro”, diz Melles.
Como tentativa de sanar um dos principais gargalos do agronegócio brasileiro,
o deputado tem uma proposta de política de renda. “O produtor brasileiro é o que
mais produz e o que tem a melhor produtividade e qualidade, mas é penalizado
porque não tem política agrícola”. O projeto apresentado propõe o
subsídio de um salário mínimo por hectare plantado até que as condições do mundo
e as do Brasil sejam equivalentes, para que haja uma concorrência justa e leal
com os demais países.
Fonte: Redação NA