Entrevista com Marcos Mendes Reis, diretor comercial da Minasul – Geada danifica lavouras de café no Sul de Minas

05/08/2011


 


 
Depois de 17 anos, fortes geadas atingiram uma das regiões mais
valiosas de café do Brasil – a região de Guaxupé, Machado e Botelhos, no sul de
Minas, divisa com o Estado de S. Paulo. Pelo amanhecer a temperatura desceu a
menos 2 graus na região de Machado e Muzambinho. Um forte cheiro característico
de geada, com as folhas sendo queimadas pelo frio, invadiu os cafezais, levando
o pânico e desespero entre os produtores rurais daquela região. Do outro lado do
Sul de Minas, na região de Varginha, o frio não foi tão intenso, mas as geadas
pegaram mais o meio das ruas dos cafezais, queimando os botões florais. A
próxima safra está comprometida.


Na região de Guaxupé até mesmo os cafezais de regiões mais altas ficam com os
botões florais comprometidos. Os agrônomos das cooperativas estão a campo
fazendo levantamento dos estragos. A definição nesse momento é que o evento
climático sobre os cafezais está sendo considerado como “geada de capote”,
aquela que atinge os galhos mais finos, os botões florais, impedindo o
brotamento dos grãos de café da próxima safra.


Em Varginha, segundo Marcos Mendes Reis, diretor comercial da Minasul, o
departamento técnico da cooperativa ainda vai dimensionar os prejuízos nas
plantações e apenas na segunda-feira terão dados efetivos. Porém já é possível
avaliar que as perdas foram significativas.



Nessa região, a temperatura chegou a 0 grau pela manhã. A geada atingiu
altitudes de 950 metros e as plantas não atingidas, provavelmente, terão os
botões florais afetados, o que vai comprometer a próxima safra.


Os preços em Nova York reagiram imediatamente, abrindo o pregão na bolsa com
mais de 700 pontos de alta. Por volta das 12 horas a alta recuava para 565
pontos, com a libra peso sendo negociada a US$ 245,40. Na BM&F contratos
para setembro apresentavam alta de mais de 2%, com a saca de 60 quilos sendo
vendidas a US$ 320,10.


Posteriormente, por volta das 13 horas, o mercado financeiro pesou até mesmo
sobre as geadas, e os preços do café recuaram, entrando em território negativo,
com a libra/peso em N. York descendo para US$ 238,35. Na BM&F, apesar da
mudança da bolsa americana, os preços para setembro continuavam em alta, sendo a
saca negociada a US$ 315,00, alta de 0,64%.


O café era a única commoditie que apresentava preços em alta nesta
sexta-feira, no momento em que o mundo vive o temor de uma recessão em escala
planetária, com todos os preços das demais commodities em forte baixa. Enquanto
os estragos estão sendo avaliados, as informações que chegam em nossa mostram
que o desânimo toma conta da cafeicultura do sul de Minas.


Fonte: Notícias Agrícolas
 
 

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