fonte: Cepea

Entrega de fertilizantes cresceu 7,2% nos primeiros sete meses do ano

Entrega de fertilizantes cresceu 7,2% nos primeiros sete meses do ano


 


As entregas de fertilizantes ao consumidor final totalizaram 16,24 milhões toneladas de janeiro a julho deste ano, o que indica um aumento de 7,2% na comparação com o mesmo período de 2013. Apenas no mês de julho, foram entregues 3,53 milhões de toneladas de fertilizantes, resultando em uma alta de 8,6% ante o mesmo mês do ano passado. Os dados foram divulgados em coletiva de imprensa realizada durante o 4º Congresso Nacional de Fertilizantes, promovido pela ANDA – Associação Nacional para Difusão de Adubos, nesta terça-feira, 26 de agosto, em São Paulo.


 



































Fertilizantes entregues ao consumidor final (em toneladas de produto)


 


2011


2012


2013


2014


2014/2013


Julho


2.745.061


2.622.968


2.995.704


3.253.806


8,6%


Janeiro a Julho


13.853.644


14.351.725


15.145.736


16.240.742


7,2%


Total do ano


28.326.255


29.537.006


31.081.912


16.240.742


 


 


Na análise regional, nos primeiros sete meses deste ano, o Estado de Mato Grosso se manteve na liderança das entregas, com 3,426 milhões de toneladas, seguido pelo Paraná, com 2,186 milhões de toneladas, São Paulo, com 1,94 milhões de toneladas, e Rio Grande do Sul, com 1,769 milhões de toneladas. Em termos de nutrientes (NPK), as entregas totalizaram 6,967 milhões de toneladas no período, o que significa uma evolução de 7,3% em relação a janeiro e julho de 2013.


 


No caso de fertilizantes nitrogenados (N), durante os primeiros sete meses do ano, a evolução chegou a 7,9%, em razão do aumento da demanda para as culturas do milho safrinha, algodão, café e trigo. As vendas de adubos fosfatados apresentaram uma alta de 3,6% ante o mesmo período do ano passado, provocadas pela intensificação das entregas para as culturas de milho safrinha, trigo e soja. Nos fertilizantes potássicos (K20) foi registrado crescimento de 10,3%, com destaque tanto para os produtos formulados como para cobertura como os elementos simples, em especial para o milho safrinha, algodão e soja.


 


Já a produção nacional do período janeiro a julho de 2014 totalizou 4,899 milhões de toneladas, contra 5,437 milhões de toneladas em 2013, um decréscimo de 9,9%. Foram constatadas reduções também nas produções dos fertilizantes nitrogenados, de 8,7%, dos fosfatados, de 9,2% e dos potássicos, de 9,6%.


 



Por fim, as importações de fertilizantes intermediários atingiram a marca de 13,238 milhões de toneladas de janeiro a julho deste ano, acusando um incremento de 12,8% em comparação com o mesmo período de 2013, quando entraram pelos portos brasileiros 11,734 milhões de toneladas. O levantamento da Anda apontou ainda aumentos de 18,3% no volume de compras externas de fertilizantes nitrogenados, 6,7% nos fosfatados, e 20,3% nos fertilizantes potássicos. Pelo porto de Paranaguá (PR), principal porta de entrada de fertilizantes, foram importadas 5,321 milhões de toneladas (alta de 5,2%), o que representa 40,2% do total importado.


 


 


Políticas públicas mais eficazes para o desenvolvimento do agronegócio dependem da integração entre iniciativa privada e governo


 



A criação de políticas públicas mais eficazes, que estimulem o desenvolvimento tecnológico e da ciência no agronegócio brasileiro, precisa, necessariamente, de uma integração entre a iniciativa privada e a esfera governamental. “Sem os recursos de inteligência, reflexão e prospecção que possui a indústria é difícil que o Estado consiga definir uma política consistente”, explica o professor da Universidade de São Paulo João Eduardo Morais Furtado, em painel sobre Economia do Agronegócio, Inovação e Sustentabilidade, durante o 4º Congresso Nacional de Fertilizantes, promovido pela ANDA – Associação Nacional para Difusão de Adubos, nesta terça-feira, 26 de agosto, em São Paulo.


 


Segundo Furtado, a dicotomia existente na afirmação de que a agricultura brasileira é uma potência da porteira para dentro e os problemas se encontram da porteira para a fora precisa ser substituída por uma engrenagem compartilhada. “Está na hora de repensar essa dicotomia e construir uma agenda tecnológica, de abordagem inovadora, para o agronegócio brasileiro”, avalia. “Nosso país possui os recursos e a inteligência para fazer um reflexão de futuro conciliador, integrando conhecimento e ciência, além dos interesses da iniciativa privada”, acrescenta.


 


Para alcançar esse posicionamento, o professor da USP pondera que é necessária uma integração entre a agricultura e as soluções modernas da indústria e dos serviços, como já ocorre em algumas empresas do setor que se utilizam de modelos computacionais para obter mais produtividade e melhores resultados durante a safra.


 


Além disso, outro fator preponderante para a continuidade do importante papel representado pelo agronegócio nacional para o desenvolvimento econômico e social do Brasil está no enfrentamento de problemas reais, inclusive, aqueles da porteira para dentro. “A agricultura é o sustentáculo do Brasil e ela é forte demais e muito relevante para receber pacote tecnológico concebido para outros países, em condições diferentes”, opina Furtado que acrescenta que a ciência brasileira precisa de uma maior valorização e reconhecimento.

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