Entrave argentino pode barrar acordo entre Mercosul e UE

14 de maio de 2010 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: DCI

POLÍTICA ECONÔMICA
14/05/2010
 
Entrave argentino pode barrar acordo entre Mercosul e UE
 
 
Agência Estado
SÃO PAULO – Às vésperas do relançamento das negociações do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, atitudes da França e da Argentina aparecem como entraves. As negociações entre os blocos econômicos estão paralisadas desde 2004.


A França quebrou a unidade dos 27 países de seu bloco para liderar um grupo de outros nove – Irlanda, Grécia, Hungria, Áustria, Luxemburgo, Polônia, Finlândia, Romênia e Chipre – e formar uma frente contra o acordo de livre-comércio com o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai). Na semana passada, a presidente Cristina Kirchner autorizou seu secretário de Comércio Interior a proibir importações de bebidas e alimentos similares aos da produção local. A medida irritou o Brasil e a União Europeia. Caminhões de cinco empresas brasileiras estão parados na fronteira, sem autorização para entrar, desde a segunda-feira.


Os governos brasileiro e europeu já reclamaram com a Argentina, mas até o momento não receberam resposta oficial sobre as medidas que, por enquanto, foram transmitidas verbalmente, às aduanas e aos atacadistas. Para o ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior, Miguel Jorge, as duas situações são negativas e não favorecem o cenário de reativação das conversas entre os blocos.


Na terça-feira, o grupo liderado pela França emitiu um comunicado contra a assinatura de um acordo de liberalização comercial com o Mercosul antes da conclusão da travada Rodada de Doha. Na próxima segunda-feira, ao mesmo momento em que os chefes de Estado estarão reunidos em Madri para retomar a iniciativa, o grupo de ministros de Agricultura se reúne em Bruxelas para impedir um acordo. Eles argumentam que o cenário de suas economias não permite abertura de seus mercados aos produtos agrícolas do Mercosul.


\”Vejo isso com preocupação porque pode afetar a negociação entre a UE e o Mercosul. Mas vamos continuar negociando. É um mercado importante\”, disse Miguel Jorge. Na UE, as novas barreiras argentinas mereceram uma interpelação formal via conselheiros comerciais do bloco, que telefonaram para o governo solicitando a desativação das restrições aos alimentos e bebidas importados. A Comissão Europeia considera que as medidas, ainda não publicadas, \”são incompatíveis com a normativa da Organização Mundial do Comércio e os compromissos assumidos pela Argentina no G-20\”, de não fechar as fronteiras para o comércio.


Dentre os produtos afetados estão presunto cru espanhol, pastas italianas e café.

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