Comentário Semanal – de 11 a 15 de novembro de 2013
A candidata à presidente do FED, Janet Yellen, em seu depoimento ao senado americano defendeu a manutenção de programas de estímulos até que seja atingido níveis melhores de recuperação da economia e do mercado de trabalho nos Estados Unidos.
A reação dos principais índices de ações foi positiva, com destaque para as novas máximas dos índices americanos, e a recuperação dos mercados emergentes.
O café teve uma semana de leve alta, fechando com ganhos um pouco maiores que US$ 2.00 a saca tanto em Nova Iorque como em Londres.
O robusta teve um rally forte na sexta-feira (ganhos de US$ 64 por tonelada), impulsionado pelas chuvas no Vietnã que podem diminuir o ritmo da colheita e prejudicar qualidade. Os estoques certificados da LIFFE caíram para 812,830 sacas, número bem abaixo das 1,809,659 sacas de um ano atrás.
Por falar nisto a compra da LIFFE pela ICE, que tiveram as operações unificadas nesta semana, deve ajudar as infinitas reclamações de falta de convergência do mercado físico com o futuro da bolsa londrina. Um dos grandes problemas é a limitação do volume de carregamento que os armazéns impõem aos recebedores (segundo alguns para coletar mais taxas), fazendo com que a bolsa não funcione como “fornecedor” de última instância, e provocando o descolamento dos prêmios no físico.
O USDA soltou seu relatório semi-anual sobre produção de café no Brasil, revisando para baixo a safra 13/14 para 53.1 milhão de sacas, 600 mil sacas a menos do que a previsão anterior. O órgão aponta para um carry-over de 7.97 milhões de sacas, e um custo de produção na região de Guaxupé de US$ 187.56 por sacas (com produtividade de 30 sacas por hectare).
Curioso notar e comparar o custo de produção acima contra o custo de produção de Colômbia divulgado por um banco australiano na semana, US$ 162.02 a saca. Parece que um dos dois (ou os dois?) está usando bases de cálculos distintas.
Nas outras origens o destaque foi a notícia de que Honduras pode perder até 1.4 milhão de sacas de sua produção em função da ferrugem nos cafezais. Os mais de 20% de queda é um golpe ruim para um país que vinha tendo um dos maiores crescimento em produção nos últimos anos.
O mercado físico teve preços melhores na semana, mais em função de ajuda no câmbio de diversos países produtores. Os diferenciais por outro lado não firmaram, e no caso da Colômbia há negócios reportados com prêmios de apenas US$ 5 centavos por libra!!
O governo brasileiro deve anunciar a prorrogação de pagamento de dívidas dos cafeicultores em 120 dias, para coincidir com o período de entrega/exercício das opções leiloadas recentemente. Improvável que tenha efeito duradouro para o terminal.
O que pode fazer a bolsa subir é o momento tecnicamente positivo, de correção dos gráficos, e que em nada altera a tendência negativa – mas pode sim atrair um pouco mais de cobertura da posição vendida dos fundos.
Até onde pode chegar? Creio que até os US$ 115 ou US$ 120 centavos no máximo, o que já seria um alívio para aqueles que não cansam de ouvir e ler opiniões que hoje são unanimes em apostar na quebra do nível psicológico de US$ 100.00 centavos.
Uma boa semana e muito bons negócios a todos.
Rodrigo Costa*
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting