Incentivos do governo do Estado, suporte da assistência técnica e apoio para a comercialização foram citados durante o 20º Encontro Estadual do Café como medidas de motivação para os produtores. O evento foi realizado nesta quarta-feira, dia 11, dentro da programação da 52ª ExpoLondrina.
A busca pela qualidade é considerada hoje a principal ferramenta para garantir produtividade e rentabilidade da cultura.
O grande momento do encontro, que reuniu cerca de 700 cafeicultores, foi o lançamento do Concurso Café Qualidade Paraná 2012, classificatório à etapa nacional. Este ano, os cafeicultores têm um estímulo a mais para participar do certame. O secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, afirmou que além de investimentos no café, o governo vai adquirir os lotes dos cinco primeiros colocados no concurso, pagando o valor da BM&F mais 25%.
Os vencedores do concurso, em sua 10ª edição, serão conhecidos na final, programada para o dia 31 de outubro, em Siqueira Campos. O prefeito, Luiz Antonio Liechocki, promete um grande evento. “Vamos transformar Siqueira Campos na capital paranaense do café”, diz. Segundo ele, 540 produtores se dedicam ao café no município, que foi a “porta de entrada” da cultura no Estado. Liechocki afirma que os cafeicultores recebem apoio do município, que disponibiliza secadores comunitários e maquinários.
Mercado
Técnicos, autoridades e palestrantes defenderam atenção especial à qualidade como único meio de o café paranaense competir no mercado. “O produtor precisa ter condições de obter um produto com características que lhe permitam vendê-lo bem”, disse o secretário de Agricultura e Abastecimento.
Segundo ele, a cultura exige o cuidado com o tratamento do solo, utilizando técnicas como adubação e calagem. “O uso da tecnologia é indispensável”, afirmou, ressaltando também a importância da capacitação de produtores e da assistência técnica.
O secretário afirmou que investimentos e dedicação vão permitir um aumento na produtividade dos cafezais das atuais 27 sacas beneficiadas por hectares para mais de 40 sacas.
Segundo Ortigara, o agricultor deve ser orientado a avançar sem aumentar custos de produção. “O cuidado com o solo, a colheita no ponto certo e o trato do fruto são determinantes para alcançar a qualidade”, afirma. Ele garantiu que o governo do Estado vai disponibilizar recursos para apoiar os cafeicultores.
Crises
Tecnologia é palavra chave para o êxito na atividade, segundo o técnico Cilésio Abel Demoner, coordenador do Projeto Café Emater. Ele foi responsável pela palestra “Diagnóstico e encaminhamentos para o manejo da fertilidade dos cafezais do Paraná”.
Segundo Demoner, a cafeicultura está saindo da quinta crise mundial, que persistiu de 2000 a 2010 e foi a mais longa da cultura, quando os preços não cobriam os custos de produção. “A crise mostrou que o produtor deve ter uma média de 30 sacas de café beneficiado para ter equilíbrio na atividade”, disse.
Para o presidente da SRP, Gustavo Andrade e Lopes, a longevidade do Encontro do Café demonstra a persistência e determinação do cafeicultor.
“O evento é importante porque a realidade está mudando e os agricultores precisam fazer os ajustes”, diz. “A cafeicultura, origem da existência e da produção agrícola, não pode ser apenas uma lembrança de museu”, enfatiza, ao defender investimentos que vêm sendo feitos pelo governo, por meio da Emater e Iapar.