23/11/2009 – A segunda maior exportadora de café do Brasil, de acordo com o ranking do Conselho dos Exportadores de Café Verde do Brasil (Cecafé), a Stocker Comercial e Exportadora Ltda, está preocupada com a oferta de grãos de qualidade para a exportação.
Além do ano ser de safra menor no Brasil em 2009 dentro da bienalidade cafeeira, e dos problemas com chuvas na colheita que prejudicaram a qualidade, há a preocupação com a retirada de 3 milhões de sacas de cafés de boa qualidade do mercado dentro do programa de opções.
Quem garante é o diretor geral da Stockler, Michael Timm, em entrevista exclusiva à Agência SAFRAS. Segundo Michael Timm, os embarques de agora ainda não estão refletindo tanto esta escassez porque eles refletem o que foi contratado ainda na virada do primeiro para o começo do segundo semestre do ano.
Entretanto, daqui pra frente é que o quadro está mais apertado, com maior dificuldade para obtenção de ofertas.
Assim, especialmente de fevereiro para frente, até a entrada da safra de 2010 no Brasil, poderá ser visto um cenário de significativa redução no fluxo das exportações. Timm observa que está aumentando a diferença entre os preços dos cafés de melhor e pior qualidade.
O diferencial do café brasileiro contra a Bolsa de Nova York que chegou a estar este ano em níveis de até 25 a 27 centavos abaixo de NY, agora estão em muitos casos de 5 a 10 abaixo apenas, demonstrando todo o aperto na oferta.
A escassez de grãos de maior qualidade no ano pode atrapalhar as exportações da Stockler nos próximos meses, segundo Timm, com o ritmo dos embarques devendo diminuir.
E o quadro pode piorar caso os preços não reajam no mercado internacional, não subindo junto no Brasil, porque os produtores vão acabar exercendo as opções fechadas com o governo no volume total das 3 milhões de sacas em contratos adquiridos.
“Ou os preços sobem em Nova York para 160 a 165 centavos de dólar por libra, ou o dólar avança, porque do contrário o produtor vai exercer a opção e aí sim vai ficar muito difícil para a exportação”, comenta.
Em ano de safra pequena, de problemas com a qualidade, se retirar 3 milhões de sacas de um bom café vai pesar muito sobre os exportadores, reitera Timm. Olhando-se os fundamentos, com safra pequena no Brasil e problemas no curto prazo na oferta de outras nações cafeeiras, a tendência é de que as cotações possam subir em NY, acredita o diretor geral da Stockler. A Stocker exportou 1,5 milhão de sacas em 2008 e deve fechar 2009 com embarques totais de 1,8 milhão de sacas.
Os fortes embarques do primeiro semestre de 2009, ainda refletindo cafés do Brasil da safra maior de 2008 – dentro do ciclo bienal -, garantiu esse desempenho crescente da empresa no ano.
Entretanto, o cenário para o último mês de 2009 e primeiros meses de 2010, até a entrada da safra, pode afetar negativamente os números do próximo ano.
Quanto à safra brasileira de 2010, Timm afirma ser ainda muito cedo para se falar em números mais claros, mas deverá ser uma boa safra.
“Temos que esperar janeiro”, comentou à Agência SAFRAS. Em 2008, a Unicafé foi a maior exportadora pelo ranking do Cecafé, embarcando 1,75 milhão de sacas.
Por Lessandro Carvalho, de Camaçari/Guarajuba, Bahia
SAFRAS (20) A segunda maior exportadora de café do Brasil, de acordo com o ranking do Conselho dos Exportadores de Café Verde do Brasil (Cecafé), a Stocker Comercial e Exportadora Ltda, está preocupada com a oferta de grãos de qualidade para a exportação. Além do ano ser de safra menor no Brasil em 2009 dentro da bienalidade cafeeira, e dos problemas com chuvas na colheita que prejudicaram a qualidade, há a preocupação com a retirada de 3 milhões de sacas de cafés de boa qualidade do mercado dentro do programa de opções. Quem garante é o diretor geral da Stockler, Michael Timm, em entrevista exclusiva à Agência SAFRAS.
Segundo Michael Timm, os embarques de agora ainda não estão refletindo tanto esta escassez porque eles refletem o que foi contratado ainda na virada do primeiro para o começo do segundo semestre do ano. Entretanto, daqui pra frente é que o quadro está mais apertado, com maior dificuldade para obtenção de ofertas. Assim, especialmente de fevereiro para frente, até a entrada da safra de 2010 no Brasil, poderá ser visto um cenário de significativa redução no fluxo das exportações.
Timm observa que está aumentando a diferença entre os preços dos cafés de melhor e pior qualidade. O diferencial do café brasileiro contra a Bolsa de Nova York que chegou a estar este ano em níveis de até 25 a 27 centavos abaixo de NY, agora estão em muitos casos de 5 a 10 abaixo apenas, demonstrando todo o aperto na oferta.
A escassez de grãos de maior qualidade no ano pode atrapalhar as exportações da Stockler nos próximos meses, segundo Timm, com o ritmo dos embarques devendo diminuir. E o quadro pode piorar caso os preços não reajam no mercado internacional, não subindo junto no Brasil, porque os produtores vão acabar exercendo as opções fechadas com o governo no volume total das 3 milhões de sacas em contratos adquiridos. “Ou os preços sobem em Nova York para 160 a
165 centavos de dólar por libra, ou o dólar avança, porque do contrário o produtor vai exercer a opção e aí sim vai ficar muito difícil para a exportação”, comenta. Em ano de safra pequena, de problemas com a qualidade, se retirar 3 milhões de sacas de um bom café vai pesar muito sobre os exportadores, reitera Timm.
Olhando-se os fundamentos, com safra pequena no Brasil e problemas no curto prazo na oferta de outras nações cafeeiras, a tendência é de que as cotações possam subir em NY, acredita o diretor geral da Stockler.
A Stocker exportou 1,5 milhão de sacas em 2008 e deve fechar 2009 com embarques totais de 1,8 milhão de sacas. Os fortes embarques do primeiro semestre de 2009, ainda refletindo cafés do Brasil da safra maior de 2008 – dentro do ciclo bienal -, garantiu esse desempenho crescente da empresa no ano.
Entretanto, o cenário para o último mês de 2009 e primeiros meses de 2010, até a entrada da safra, pode afetar negativamente os números do próximo ano.
Quanto à safra brasileira de 2010, Timm afirma ser ainda muito cedo para se falar em números mais claros, mas deverá ser uma boa safra. “Temos que esperar janeiro”, comentou à Agência SAFRAS.
Em 2008, a Unicafé foi a maior exportadora pelo ranking do Cecafé, embarcando 1,75 milhão de sacas. (LC)