Empréstimos atrasados ameaçam colheita de café no Quênia
A antecipação por parte dos cafeicultores locais, da realização de uma colheita nesta temporada, pode não se concretizar se o crédito de auxílio fornecido pelo Governo queniano não sair a tempo.
Segundo o jornal britânico “The Nation”, os empréstimos do Coffee Development Fund (Fundo de Desenvolvimento do Café) ainda não foram distribuídos para os pequenos produtores de café.
Conseqüentemente, vários produtores estão em um dilema, uma vez que a colheita começou na semana passada e eles não têm dinheiro para contratar mão-de-obra para a realização da apanha do café cereja.
A Coffee Board of Kenya (Câmara de Café do Quênia), que é o órgão regulador da indústria do café, também está preocupada. \”Estou com medo de que os produtores não recebam dinheiro para contratar mão-de-obra para realizarem a colheita, e devido a isso, haverá perdas dos cafés nesta temporada\”, disse o Gerente técnico Bernard Gichovi.
Ele observou que a mão-de-obra se tornou muito cara, e os produtores devem ter maior facilidade ao crédito para que empreguem trabalhadores adequados para a colheita dos grãos, visto que eles irão amadurecer mais rápido, devido às chuvas em curso.
Uma vez que os frutos amadurecem mais rápidos e são colhidos com certo atraso, a qualidade do grão é afetada e conseqüentemente, os preços caem no mercado mundial.
A maioria dos produtores tinha pedido empréstimos ao Coffee Development Fund entre maio e julho deste ano. Eles esperavam conseguir o dinheiro antes do início da colheita.
Relatórios da CBK mostram que na atual temporada 2008/09, são esperadas pelo menos 1 milhão de sacas de 60 kg de café, em comparação com as 700 mil sacas no ano cafeeiro de 2007/08.
Mas o administrador do Coffee Development Fund, George Ooko, disse que eles têm tentado, tanto quanto possível, proporcionar aos produtores os empréstimos necessários.
O Governo já havia cedido US$ 10 milhões para o Fundo, valor que ele mesmo observou que não será suficiente para os mais de 700.000 pequenos produtores de café do país. Segundo ele, apenas cerca de 50.000 cafeicultores têm a vantagem.
Ooko disse que já foram enviadas as quantias para os seus intermediários nos distritos e que os produtores iriam receber o dinheiro antes do fim desta semana.
As informações partem de agências internacionais, conforme noticiou o Café e Mercado.