Empresas na onda do comércio justo

Por: 14/03/2008 23:03:08 - Sebrae SC

Produtos que levam a chamada marca fairtrade perdem caráter alternativo e avançam no mercado de massa da indústria e do varejo convencionaisPara a maioria das pessoas, ser um consumidor é algo quase natural. Diariamente, milhares de consumidores vão a lojas, feiras, mercados, e simplesmente consomem. Cada vez mais, porém, não passam despercebidas as conseqüências desse ato cotidiano para o planeta e para as comunidades locais. Muitos começam a se perguntar antes de suas compras se o produto ou serviço polui, se é reciclável ou se a empresa respeita os direitos dos trabalhadores.


O Natural Marketing Institute (NMI), empresa de pesquisa americana, mostra em seus estudos que os consumidores estão ampliando seu conceito de saúde e bem-estar individual e se preocupando cada vez mais com a saúde do planeta. Uma confirmação dessa tendência é o crescimento do mercado de produtos fairtrade.


Os produtos que levam a marca fairtrade – normalmente traduzida por comércio justo – estão vinculados a um sistema de certificação que busca uma eqüidade no comércio internacional. A idéia é oferecer melhores condições de preço e oportunidades de venda a pequenos produtores de países pobres.


Em 2006, as vendas nesse mercado somaram 1,6 bilhão de euros, um aumento de 42% em relação a 2005. O crescimento foi ainda maior nos segmentos de café e cacau, com altas de 53% e 93%, respectivamente. Os dados são do relatório de 2007 da Fairtrade Labelling Organization International (FLO), entidade que reúne a maior parte das associações produtoras e que normatiza a produção.


De acordo com a FLO, o crescimento médio anual desse mercado tem sido de 40%, e o número de organizações produtoras aumentou em três vezes desde a criação da entidade, 10 anos antes.


O mais surpreendente é o seu avanço sobre a indústria e o varejo nos formatos convencionais. O setor está perdendo seu caráter alternativo e sendo incorporado pelo mercado de massa, o que gera críticas à esquerda e à direita. Os “puristas” afirmam que, ao ser cooptado pelo mainstream, o movimento fairtrade deixa de ser uma alternativa às injustiças do free trade (o livre comércio).


Já os defensores do livre comércio apontam que, embora bem intencionado, o sistema fairtrade é um esquema intervencionista que ignora as características e a dinâmica do mercado global. Mas o fato é que, de acordo com relatório da FLO, tais produtos entraram de vez nas prateleiras e nos balcões das grandes redes. E os exemplos são vários:


A rede britânica Sainsburys passou a ofertar em suas prateleiras apenas bananas com certificação fairtrade.


A Marks & Spencer, outra grande cadeia de varejo inglesa, converteu toda a sua linha de chá e café para produtos fairtrade.


A rede Dunkin Donuts de fast food adotou a política de oferecer apenas café expresso fairtrade nas suas lojas da América do Norte e Europa.


Os grupos Scandic e Hilton de hotéis anunciaram que passariam a oferecer café com certificação fairtrade para os seus hóspedes.


O que vem sendo feito


Grupos de pesquisadores de todo o mundo buscam uma forma de atender à crescente demanda por produtos agrícolas de uma forma a não aumentar a apropriação de recursos naturais pela agricultura. Conheça alguns:



– Profetas (Protein, Foods, Environment, Technology and Society ) – Programa de pesquisa holandês que estuda opções para a produção e o consumo mais sustentável de alimentos. Os pesquisadores buscam desenvolver tecnologias para mudar o padrão de consumo para dietas menos intensivas em carne para dietas mais vegetarianas. Informações no site http://www.profetas.nl/index.htm .


– Agricultura orgânica – Um grupo multidisciplinar de oito pesquisadores da Universidade de Michigan concluiu que a agricultura orgânica pode atender a demanda mundial de alimentos ocupando praticamente a mesma quantidade de terras agrícolas hoje utilizadas tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Veja mais no artigo “Organic agriculture and the global food supply”, na edição de junho da publicação Renewable Agriculture and Food Systems, no site http://journals.cambridge.org//action/home .


Para ficar de olho


– Além dos efeitos sobre as comunidades locais, a produção agrícola mundial está sob os holofotes por causa do seu uso para a produção de biocombustíveis. A principal controvérsia é quanto às conseqüências para a oferta de alimentos.


– Atualmente, a quantidade produzida é suficiente para atender a demanda mundial, e o problema da fome resulta da falta de renda. De um lado, a pobreza impede populações de se alimentarem adequadamente, e de outro, há uma crescente demanda por proteínas em países de rápido desenvolvimento como a China.


*Os textos aqui apresentados são extraídos das fontes citadas em cada matéria, cabendo as fontes apresentadas o crédito pelas mesmas.


 


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