Empresas do setor do café discutem sobre logística reversa

A sustentabilidade exige atitudes responsáveis de cada um de nós. Empresas e indivíduos precisam aumentar a conscientização sobre a necessidade de reciclar ou reutilizar visando melhorar a qualidade de vida no mundo. Com este objetivo, representantes do setor se reuniram na sede do Café Morro Grande, na semana passada, para discussão sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos e Logística Reversa (LR). A reunião foi organizada pela diretoria do Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo (Sindicafesp), em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para apresentação do programa desenvolvido por esta entidade e a Secretaria do Meio Ambiente (SMA).

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é uma lei Federal de 2010 – Lei 12305 – que trata de responsabilidade compartilhada e a Logística Reversa de Embalagens em Geral. Um dos mecanismos dessa responsabilidade conjunta está relacionado ao setor privado, onde as empresas devem se preocupar com a destinação correta das embalagens de seus produtos após o uso pelo consumidor.

No caso da indústria de café, a lei determina que as medidas devem contemplar os produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas e de vidro e as demais embalagens utilizadas na comercialização, considerando o grau e a extensão do impacto dos resíduos gerados à saúde pública e ao meio ambiente.

Sempre que existe um tema de relevância como este, o Sindicafesp e Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) desenvolvem e coordenam atividades de suporte aos associados. Além disso, as duas entidades são interlocutoras da Indústria de café junto aos órgãos governamentais, federação das indústrias e outras associações.

No caso específico da Logística Reversa, Sindicafesp e Abic estão realizando diversas reuniões com os associados para dar suporte e esclarecer dúvidas, com destaque para o atendimento às novas exigências e condicionantes para a Liberação da Licença de Operação junto à Cetesb no Estado de São Paulo.

PARTICIPANTES

A reunião contou com Lia Hofling, diretora de marketing, Sidney Fernandes, diretor comercial, Vagner Milani, diretor industrial e Leidiliz G. Lima Gatti, diretora executiva do Café Morro Grande; Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic); Paula Tavares, consultora do Sindicafesp, Fábio Sato, diretor de Novos Negócios no Selo Eureciclo, e Fernando Rodrigues, analista ambiental da Fiesp.

CAFÉ MORRO GRANDE É PIONEIRO

Apesar da recente implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos e Logística Reversa (LR), o Café Morro Grande é pioneiro ao iniciar, há mais de 30 anos, a reciclagem das suas embalagens por meio de uma loja instalada no centro de Piracicaba.

Com o programa de trocas, carinhosamente chamado de “Lojinha de trocas” do Café Morro Grande, a empresa reforça a valorização da fidelidade de seus clientes e a preocupação em amenizar os impactos ambientais. Potes plásticos, baldes, bacias, pratos, copos, canecas, talheres e xícaras estão entre os itens que são trocados pelas embalagens. Os clientes que evitam o descarte inapropriado desempenham a importante função de recicladores, uma vez que reservam o material, evitando seu descarte em aterros sanitários.

As embalagens arrecadadas são encaminhadas para a empresa Ecoway Sistema de Reciclagem, sediada em Itupeva (SP). Desde 2009, o procedimento transforma os resíduos, em produtos como forros, divisórias, placas e tapumes revestidos em poliéster. A escolha da empresa não foi por acaso. A Ecoway apresenta um sistema eficiente e desenvolvido especificamente para a reciclagem de resíduos industriais de embalagens laminadas com polietileno – material usado na confecção das embalagens de café e que apresenta difícil reuso.