Empresários mineiros criam marca de café que só será vendida na Ásia

Embalagens trazem símbolos do Brasil, que vão da Amazônia ao fim de tarde no Rio

1 de março de 2017 | Sem comentários Consumo Torrefação
Por: O GLOBO

PEQUIM – A recente paixão declarada dos chineses pelo café levou três empresários brasileiros a uma aventura cujo modelo poucos compatriotas ousaram até agora. Pelo menos no ramo do café. Criaram a Carioca Coffee, uma marca de produtos processados, feitos sob medida para o público da China, que só serão vendidos na Ásia. Os negócios serão feitos pela trading Meeet, que eles fundaram em solo chinês.


A estratégia é inundar o mercado da segunda maior economia do mundo com os produtos made in Brazil e oferecer o Brazilian way of life em simpáticas cafeterias que servirão de vitrine para a marca. A primeira já está em funcionamento em uma área nobre de Xangai, onde fica o escritório da empresa. Há exatamente um ano em operação, a Carioca Coffee vende quatro blends de café torrado moído e em grão — o Sunset Orange (com imagem do pôr do sol do Rio), o Amazon Green, o Samba Red e o Brazil Yellow (em referência ao futebol, com a camisa da seleção brasileira) — que já estão em 22 cidades.


O caminho até o consumidor passa pela maior rede de supermercados de produtos importados da China, lojas on-line nas grandes plataformas de comércio eletrônico e pelas redes de hotel, restaurante e outras cafeterias. Já foram mais de 20 mil quilos de café exportados até agora. A ideia é que, ainda nesse semestre, tenham início as vendas de chocolate da marca.


— É um novo conceito. É muito mais do que uma cafeteria. A cafeteria funciona para dar confiança aos clientes sobre os produtos da Carioca e oferecer o Brazilian way of life, fazendo jus ao nosso slogan Let´s Brazil! Nossa empresa tem 100% de capital brasileiro, sócios brasileiros, mas está registrada na China, com todas as licenças válidas e aprovadas pela autoridade chinesa — disse ao GLOBO o empresário Leonardo Scarpelli, um dos sócios da Carioca Coffee, que pertence ao Union Group, um fundo de investimentos que opera em projetos pelo mundo, de infraestrutura na África à construção na Europa.


LICENÇAS CARAS


A empresa abriu as portas no ano passado, mas os estudos de mercado começaram em 2014. A ideia era entender o gosto do público chinês e descobrir como os chineses viam o Brasil. Na China, o processo para a obtenção das licenças é complexo e caro, cabendo aos investidores pagar pelas pesquisas sobre os produtos que pretendem vender. Segundo Leonardo, o mercado de café no país pode ser pequeno, mas exige investimentos altos, proporcionais ao potencial de 600 milhões de consumidores de classe média.


— Não vendemos nada no Brasil. Não temos interesse em fazê-lo pela diferença de estratégia, que, no nosso caso, é totalmente voltada para o mercado chinês — conta Leonardo, mineiro de Belo Horizonte, como os outros dois sócios, Luiz Fernando de Mello e Mário de Melo Botelho.


Para Leonardo, que se apaixonou pelo país quando veio estudar mandarim, em 2009, a transformação da China num mercado agressivo de consumo é um fenômeno único na história mundial. Para ele, não basta embalar o produto e mandar para a China. É preciso pensar como os chineses.


Leia a íntegra no O Globo

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