03/10/2013 –
São Paulo, 03 – Os preços internacionais do café arábica devem se manter nos atuais níveis, os mais baixos dos últimos quatro anos. “Não esperamos aumento significativo das cotações nos próximos 12 a 15 meses”, disse nesta quinta-feira, 3, Stephan Bentz, integrante do Conselho Administrativo do Grupo Mellita, durante entrevista coletiva aos jornalistas em São Paulo. Depois de bater pico histórico em maio de 2011, os contratos futuros de arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) passaram a cair com “o aumento da safra brasileira e o consumo global praticamente estável”, acrescentou Benz.
A safra brasileira, a maior do mundo, deve alcançar cerca de 47,5 milhões de sacas de 60 kg este ano. Muitos produtores, no entanto, têm reclamada da falta de qualidade dos grãos, por causa das chuvas e ventos fora de época, que reduziram a qualidade. “Mas não temos tido dificuldade para manter a qualidade dos nossos blends”, observou o executivo.
Benz comentou, ainda, que um possível acordo comercial entre Brasil e União Europeia (UE) será muito bem-vindo. “Ficaria contente (se isso de confirmasse). Haveria grande impacto, com maior volume de produtos ofertados na Europa, favorecendo o consumidor”, disse.
A relação Brasil-União Europeia é muito sensível em relação ao comércio de café solúvel (instantâneo). O Brasil é o único entre os 20 principais fornecedores de café para UE que tem exportações de solúvel taxadas em 9%. O Vietnã e a Indonésia, respectivamente segundo e terceiro maiores produtores mundiais de café, mais a Índia, são taxados em apenas 3,1%. Colômbia, hoje o quarto maior produtor mundial de café, México e Equador estão isentos de taxa de importação, beneficiados por acordos bilaterais com a UE.
O presidente da Melitta do Brasil, Bernardo Wolfson, que também participou da entrevista, disse que a próxima safra brasileira de café, em 2014, “aparentemente será boa”. Ele ponderou, no entanto, que o volume da produção dependerá de diversos fatores, como preços, disponibilidade de financiamento, entre outros.
O Grupo Melitta, com sede na Alemanha, é um grupo empresarial internacional com 10 empresas, mas ainda é 100% familiar. Stephan Bentz é membro da terceira geração da família Bentz, que iniciou as atividades com café em 1908, ao lançar o primeiro coador de café.
Fonte: Agência Estado