Embrapa testa uso de cama de frango

Pesquisa quer avaliar tratamentos feitos e a eficácia dos métodos de redução de riscos microbiológicos








A Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia (SC), vai testar os três métodos mais utilizados no País para a reutilização da cama de aviário. A pesquisa faz parte do esforço brasileiro, liderado pelo Ministério da Agricultura e pela União Brasileira de Avicultura (UBA), para mostrar à Comunidade Européia que não existe risco sanitário na forma como as principais agroindústrias do Brasil aproveitam a cama para a produção de vários lotes de frangos.

Os questionamentos a respeito da reutilização da cama do aviário foram feitos recentemente por importadores europeus, que fazem exigências para a redução de riscos para a presença de microorganismos na carne de frango brasileira. Em média, os produtores brasileiros utilizam a mesma cama para criar cinco lotes.

Segundo o pesquisador Cláudio Bellaver, chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, vão ser testados três diferentes tipos de tratamento da cama do aviário para a redução de riscos microbiológicos. O primeiro deles é o de empilhamento e fermentação após a retirada do lote de frangos. Outro é a fermentação da cama sem o empilhamento. O terceiro tipo é a secagem, com queima das penas por vassoura de fogo, e aplicação posterior de cal hidratado sobre a cama.

Bellaver afirma que esses métodos de tratamento são aplicados nas agroindústrias que mais vendem carne de frango para o exterior. ”Vamos analisar se eles estão de acordo com os padrões de exigência dos europeus”, explicou o pesquisador.

O objetivo do uso da cama de aviário, continua o pesquisador, é evitar o contato direto da ave com o piso, servir de substrato para a absorção da água, incorporação de fezes, urina e penas e contribuir para a redução das oscilações de temperatura na granja.

O material mais utilizado pelos produtores é a maravalha um resíduo da industrialização da madeira. Em menor escala são usadas ainda casca de arroz, casca de café e outros materiais alternativos, dependendo da região do País.

O estudo da Embrapa em torno da cama do aviário, para Bellaver, corresponde a uma pequena parte da preocupação brasileira em trabalhar nas boas práticas de produção nacional de frango, adaptando-as aos padrões reconhecidos internacionalmente. ”Nossa intenção é descrever as boas práticas de produção para a avicultura brasileira, ajustando-as às normas e padrões de certificação internacional, como o Eurepgap”, afirmou Bellaver.

O pesquisador explica que as normas Eurepgap, formuladas a partir de 1997 por supermercadistas europeus interessados na definição das boas práticas agrícolas, será utilizada como ”documento norteador” por possui alcance global na certificação da produção de alimentos.

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