Embrapa Cerrados pesquisa controle de fungos em soja e algodão

1 de fevereiro de 2007 | Sem comentários Novas Técnicas Tecnologias
Por: 31/01/2007 21:01:31 - Agrolink

A Embrapa Cerrados – unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura – coordenará a pesquisa “Validação do potencial antimicrobiano de proteínas de defesa vegetal contra fungos patogênicos de soja e algodoeiro”. O projeto foi aprovado no Macroprograma 3 do Sistema Embrapa de Gestão, sob a liderança da pesquisadora Marilia Santos Silva e conta com o apoio da Embrapa Soja e Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.


A pesquisadora Marilia Silva, que trabalha no projeto, explica que para defender-se de ataques de patógenos, as plantas produzem proteínas antimicrobianas de defesa denominadas defensinas e osmotinas. São justamente essas duas classes de proteínas antifúngicas que terão suas atividades antimicrobianas testadas contra os referidos fungos. Os genes de defensinas e osmotinas vegetais já estão isolados e seqüenciados. Estão disponíveis oito genes de defensinas provenientes de girassol, ervilha e café e 14 genes de osmotinas da invasora maria pretinha, de jiló e café. Esses genes serão clonados e expressos em vetor de levedura. As proteínas expressas em levedura serão purificadas e usadas em bioensaios contra os fungos que provocam as doenças em soja e algodoeiro.


A expectativa da pesquisadora da Embrapa Cerrados é selecionar pelo menos dois genes de defensinas e dois de osmotinas testadas contra os cinco fungos. Estes genes poderão ser eventualmente usados em transgenia de algodoeiro e soja, para geração de resistência genética a essas doenças fúngicas. Isto poderá levar a uma diminuição do uso de fungicidas químicos e conseqüentemente contribuirá para a maior sustentabilidade econômica e ambiental da produção de soja e algodoeiro e menores riscos a saúde de trabalhadores rurais.


Os genes antifúngicos identificados durante a execução do projeto, que tem duração de dois anos, ainda poderão ser eventualmente testados contra patógenos relevantes de cana, milho, maracujá, feijão, dentre outras culturas agronomicamente importantes para as quais já existam técnicas estabelecidas de transgenia. Marilia Silva ressalta que o fato das defensinas e osmotinas usadas serem de origem vegetal representa uma vantagem de biossegurança na transgenia. Os clones em levedura de defensinas e osmotinas são também um legado instrumental importante deste projeto, pois poderão ser usados em pesquisa básica para desvendar os mecanismos de ação ainda obscuros destas proteínas antifúngicas. As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Cerrados.

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