No primeiro momento, os participantes discutiram o conceito e práticas de uma cafeicultura regenerativa
Belo Horizonte (19/11/2024) – Nesta terça-feira (19/11), o Grupo de Trabalho do Brasil (GTB) da Plataforma Global do Café se reuniu para debater sobre os indicadores da cafeicultura regenerativa. O encontro aconteceu na sede da Emater-MG, em Belo Horizonte.
O GTB é formado por 40 representantes de 20 instituições do setor cafeeiro, como órgãos de assistência técnica e extensão rural, associações, cooperativas, exportadores de café e indústria, certificações. No primeiro momento, os participantes discutiram o conceito e práticas de uma cafeicultura regenerativa. Debate que foi frequente nas reuniões do grupo neste ano.
“A cafeicultura regenerativa surgiu há alguns anos em países da Europa e Estados Unidos, no sentido de recuperação dos solos. Ao longo dos anos, esse conceito foi incluindo outras questões, como a recuperação da planta, dos micro-organismos, do manejo da flora e fauna. O objetivo é consolidar essa agricultura sustentável aqui no Brasil”, explica Willem Guilherme de Araújo/coordenador estadual de Cafeicultura da Emater-MG.
A definição dos indicadores para uma cafeicultura regenerativa ainda dependerá de mais reuniões. Mas, as discussões estão avançadas. No encontro de hoje, o grupo buscou aprimorar a proposta sobre esses indicadores, considerando os desafios e oportunidades. Esses indicadores referem-se, por exemplo, aos recursos hídricos e à qualidade do solo, “no sentido de criar esse equilíbrio físico, químico e biológico para produzir igual ou mais com menos esforços e menos recursos”. Isso tem dado certo em algumas fazendas do Brasil”, diz Eduardo Sampaio, membro do GTB da Plataforma Global do Café.
“O papel da extensão rural é fundamental para que o extensionistas se aproprie dessas ferramentas que estão sendo discutidas e possa trabalhar juntamente com o cafeicultor para que ele possa produzir de uma forma mais sustentável no sentido ambiental e de renda para a sua família”, afirma Willem Araújo.
O coordenador da Emater-MG ainda destacou a importância de os cafeicultores estarem alinhados a essas práticas, visando a preservação ambiental e a questão econômica. “Aquele cafeicultor que não aderir vai ficar numa situação difícil no mercado porque mais de 70% do café comercializado no mundo já tem algum processo de certificação. O mercado e o produtor já estão cobrando por esse café mais sustentável”, ressalta Willem.
Plataforma Global do Café
É uma associação internacional com mais de 140 membros de todos os elos da cadeia produtiva, presente em 9 países. No Brasil, a Plataforma atua desde 2012 e conta com mais de 40 membros e parceiros estratégicos.
O papel da Plataforma é mobilizar e engajar atores para cooperar coletivamente em ambiente pré-competitivo para a evolução da sustentabilidade na cadeia do café, com foco nos pequenos produtores.
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