Na sexta-feira (24/10), 13 julgadores oficiais estiveram na Universidade Federal de Lavras (UFLA) para um desafio: selecionar os melhores cafés do Estado como finalistas do Concurso de Qualidade Cafés de Minas. Ao todo, foram divulgados 33 cafés finalistas das quatro regiões produtoras: 10 amostras do Sul de Minas, 10 do Cerrado Mineiro, 10 das Matas de Minas e três da região Chapadas de Minas.
O Concurso deste ano recebeu 1029 amostras das quatro principais regiões produtoras. A avaliação final das amostras foi realizada no Polo de Qualidade do Café, ligado à Agência de Inovação do Café – Inovacafé. Nesta etapa final, foram realizadas análises sensoriais de 82 amostras de café natural e 47 amostras de cereja descascado (CD).
Leilão Virtual
Esta edição do Concurso contará com uma novidade: haverá um Leilão Virtual de microlotes (uma saca do café na modalidade natural e uma saca de café cereja descascado) das três regiões produtoras que conseguiram atingir a pontuação exigida no regulamento: Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Matas de Minas. O Leilão dos cafés campeões será realizado pela Fundação de Apoio ao Ensino pesquisa e Extensão – Faepe, sediada no câmpus histórico da UFLA.
As empresas que desejarem participar do Leilão poderão fazer a inscrição no site da Faepe, de 1º a 20 de novembro. As características sensoriais dos cafés finalistas serão divulgadas a partir do dia 5 de novembro e a abertura das propostas ocorrerá em solenidade pública, no dia 21 de novembro.
Qualidade dos cafés finalistas
De acordo com o presidente da comissão julgadora do Concurso, Jorge Assis Menezes, a qualidade dos cafés naturais surpreendeu os avaliadores. Contrariando a expectativa de redução da qualidade, em razão da seca enfrentada pelas principais regiões produtoras, o café natural – nome dado ao café seco naturalmente no terreiro e/ou secador, apresentou qualidade excepcional, com sabores que deverão agradar o mercado. Já os cafés finalistas na modalidade cereja descascado, embora de qualidade diferenciada, não atingiram o padrão registrado em anos anteriores.
Jorge Menezes explicou que esse resultado representa a realidade da produção cafeeira no Estado, que tem expectativa de safra de 22.992.048 sacas de café na safra 2014, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O Estado de Minas é responsável por mais de 50% de todo o café produzido no Estado, estimado em 44,57 milhões de sacas em 2014.
Para o coordenador do concurso, Marcos Fabri Junior, gerente da regional Emater-MG de Lavras, o principal objetivo do concurso é educativo. Ele explica que todas as amostras são avaliadas de forma detalhada, sendo emitidos laudos para os extensionistas da Emater-MG, que fazem um trabalho posterior com cada cafeicultor inscrito no Concurso, de forma a resultar na melhoria contínua dos cafés produzidos no Estado.
Encerramento do Concurso
O anúncio e a premiação dos três melhores cafés, de cada região produtora, serão durante solenidade de encerramento do concurso, no dia 27 de novembro/2014, às 20 horas, em Patos de Minas/MG (Cerrado Mineiro). Na solenidade, também serão homenageados os cafeicultores com os melhores cafés produzidos com sustentabilidade, baseado na certificação oficial do Estado, o Certifica Minas Café.
A partir desta edição, o local do encerramento do Concurso de Qualidade Cafés de Minas será itinerante, contemplando, a cada ano, uma das quatro regiões produtoras de café do Estado.
O Concurso dos Cafés de Minas é uma iniciativa do Governo de Minas, realizada por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Emater-MG, em parceria com a UFLA, Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT – Café), Instituto Federal de Tecnologia do Sul de Minas e Faepe. A classificação física e sensorial das amostras é realizada na UFLA e no Centro de Excelência do Café, em Machado, ambos no Sul de Minas.
Na UFLA, os professores Rosemary Gualberto Pereira, Rubens José Guimarães e Antônio Nazareno Guimarães Mendes participam da comissão organizadora, que tem o apoio de estudantes do Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf), Núcleo de Estudos em Qualidade do Café (QI-Café), Núcleo de Estudos em Pós-Colheita do Café (Pós-Café), Centro de Inteligência em Mercados (CIM) e do curso de Engenharia de Alimentos.