Em sessão calma, café gira em torno dos 120 cents por libra na ICE

25/06/2013   Café da terra



Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com altas ligeiras, em uma sessão modesta, sem maiores oscilações. A posição setembro variou dentro do intervalo de 120,00 centavos, sendo que, diferentemente da última sexta-feira, conseguiu ficar ligeiramente acima desse referencial, ainda que sem nenhuma tendência efetiva para buscar novos buy stops ou correções mais efetivas.


O mercado mantém o perfil que vem sendo avaliado já há várias semanas. Notadamente, o café está sobrevendido, no entanto, não consegue ter correções mais consideráveis. Pelo contrário. Algumas altas observadas são pontuais, como as verificadas nesta segunda-feira, ao passo que, principalmente quando pressionado pelo segmento externo, o que se identifica é uma rápida assimilação dos sell stops, abrindo caminho para novas mínimas. Na semana passada, por exemplo, o setembro atingiu sem menor intervalo desde o distante julho de 2009.


Fundamentalmente, o mercado ressente-se da falta de novidades. A safra grande em ano de baixa do Brasil, a quebra menor que a esperada do Vietnã, a gradativa recuperação dos níveis produtivos da Colômbia, a quebra de safra dos centro-americanos devido à ferrugem do colmo são itens na agenda do mercado que já foram devidamente precificados e outros pontos, como o programa de financiamento para o setor cafeeiro do Brasil, ainda não estimularam mudanças de comportamento nos trader. O viés se mantém baixista, seja no curto, médio ou longo prazos.


No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição setembro teve alta de 85 pontos, com 120,15 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 121,25 centavos e a mínima de 118,70 centavos, com o dezembro tendo valorização de 85 pontos, com 123,20 centavos por libra, com a máxima em 124,15 centavos e a mínima em 121,95 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho teve alta de 18 dólares, com 1.749 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 18 dólares, no nível de 1.761 dólares por tonelada.


De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por algumas aquisições especulativas, em uma sessão tranqüila, pouco volátil e sem sobressaltos. O segmento externo teve uma segunda-feira mais calma, se comparada com a pressão do final de semana passado. O dólar caiu em relação a várias moedas internacionais, incluindo o real brasileiro, o que abriu espaço para uma recuperação de várias commodities internacionais. As bolsas de valores dos Estados Unidos, por sua vez, não se mostraram tão bem humoradas e fecharam o dia com perdas. “A sessão não teve tantos solavancos e vimos o setembro buscando se aproximar do patamar de 120,00 centavos. É uma tendência natural, após as oscilações recentes. Para muitos players, ainda há espaço para novas liquidações, ao passo que outros participantes acham inconcebível um nível de preço que, nem sequer cobre os custos de produção, ser praticado diante de uma situação de disponibilidade que seria bastante curta. Estamos, enfim, diante de um mercado com tendências divergentes, mas com os baixistas, ao menos por enquanto, ganhando a luta de braço”, disse um trader.


“O Conselho Monetário Nacional aprovou a liberação de financiamento para a cafeicultura sem nenhuma intervenção do governo para retirar café da praça – o que certamente não deve acontecer depois de tantas outras prioridades terem surgido com os protestos que tomam conta das ruas de praticamente todo o país. O cenário não está para os altistas. Ainda assim mantenho a opinião de que o rompimento dos 110 centavos por libra não deve acontecer neste momento – salvo é claro se o real desvalorizar acima de 2,30 – enquanto uma recuperação deve perder força antes de chegar a 130 centavos por libra”, sustentou Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting.


A produção mundial de café em 2013/2014 foi estimada em 146 milhões de sacas, o que corresponde a uma queda de 4,4 milhões de sacas em relação ao período anterior, segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. A redução de cerca de 3% deve-se basicamente ao ano de ciclo negativo no Brasil e, em menor grau, ao problema de ferrugem nos cafezais da América Central e do México. A produção brasileira em 2013/2014 está projetada pelo Departamento em 53,7 milhões de sacas, queda de 2,4 milhões de sacas ante período anterior.


As exportações brasileiras no mês de junho, até o dia 20, totalizaram 958.224 sacas de café, alta de 4,87% em relação às 913.684 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).


Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.395 sacas, indo para 2.748.218 sacas.


O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 13.738 lotes, com as opções tendo 5.495 calls e 642 puts — floor mais eletrônico.


Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem resistência em 121,25, 121,50, 122,00, 122,20, 122,50, 123,00, 123,50, 123,75, 124,00, 124,50, 125,00, 125,20, 125,50, 126,00, 126,50, 127,00, 127,50, 128,00, 128,40-128,50, 129,00, 129,50, 129,75 e 129,90-130,00 com o suporte em 118,70, 118,50, 118,00, 117,50, 117,10-117,00, 116,50, 116,00, 115,50, 115,10-115,00, 114,50, 114,00, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50 e 111,00 centavos.


Fonte : Agnocafe


 

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