A primeira estimativa da safra nacional de cereais,
leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona,
milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) para
2014 totaliza produção da ordem de 193,9 milhões de toneladas, 3,0% superior à
obtida em 2013 (188,2 milhões de toneladas). A estimativa da área a ser colhida
em 2014, de 55,0 milhões de hectares, apresentou acréscimo de 4,2% frente à área
colhida em 2013 (52,8 milhões de hectares). O arroz, o milho e a soja são os
três principais produtos deste grupo, que somados representaram 92,5% da
estimativa da produção e responderam por 85,5% da área a ser colhida.
Em relação ao ano anterior houve acréscimos na área de 1,0%
para o arroz, 6,4% para a soja e decréscimo de 1,2% na área a ser colhida com o
milho. No que se refere à produção, os acréscimos foram de 6,3% para o arroz e
de 11,7% para a soja. Para o milho houve diminuição de 6,0% quando comparado a
2013. Cabe ressaltar, que as variáveis informadas no presente levantamento foram
coletadas até a 2ª quinzena de janeiro, não tendo ainda registrado os efeitos
negativos das elevadas temperaturas e da baixa pluviosidade que afeta,
principalmente as regiões Sul e Sudeste do País.
A publicação completa da pesquisa
pode ser acessada em www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa.
Entre as grandes regiões, o volume da produção de cereais,
leguminosas e oleaginosas apresenta a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 79,1
milhões de toneladas; Sul, 73,1 milhões de toneladas; Sudeste, 19,8 milhões de
toneladas; Nordeste, 16,7 milhões de toneladas e Norte, 5,2 milhões de
toneladas. Comparativamente à safra passada, foram constatados incrementos de
0,8% na região Centro-Oeste, 39,5% na Nordeste e 5,7% na Norte. As regiões Sul e
Sudeste, praticamente mantiveram a produção do ano anterior. Nessa avaliação
para 2014, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma
participação de 23,5%, seguido pelo Paraná (18,4%) e Rio Grande do Sul (15,9%),
que somados representaram 57,8% do total nacional previsto:
Estimativa de janeiro em relação à produção obtida
em 2013
Dentre os 26 produtos selecionados, 12 apresentam variação percentual
positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo
em caroço (12,2%), arroz em casca (6,3%), batata-inglesa 1ª safra (1,4%),
batata-inglesa 2ª safra (4,9%), café em grão – canephora (14,3%), cana-de-açúcar
(0,8%), feijão em grão 1ª safra (62,3%), feijão em grão 2ª safra (11,3%), mamona
em baga (365,9%), mandioca (10,3%), soja em grão (11,7%) e sorgo em grão (5,4%).
Com variação negativa foram quatorze produtos: amendoim em casca 1ª safra
(7,6%), amendoim em casca 2ª safra (15,7%), aveia em grão (9,2%), batata-inglesa
3ª safra (2,3%), cacau em amêndoa (4,2%), café em grão – arábica (1,9%), cebola
(6,0%), cevada em grão (17,3%), feijão em grão 3ª safra (3,6%), laranja (0,1%),
milho em grão 1ª safra (1,5%), milho em grão 2ª safra (9,3%), trigo em grão
(16,2%) e triticale em grão (13,0%).
Algodão herbáceo (em caroço) – Com parte da safra já
plantada (grande parte das áreas são plantadas tardiamente), os números
esperados são: plantio de 1.053.947 hectares em todo país, e produção de
3.820.114 toneladas o que representa um aumento de 11,9% na área plantada, e
12,2% na produção em comparação ao ano anterior. Espera-se que no Mato Grosso, o
maior produtor desta commodity no país, a produção seja superior a do ano
passado em 22,1%, pois com o incremento dos preços, a área a ser plantada
aumentou 23,8% (115.466 ha). Na Bahia, o incremento da área foi de apenas 400
ha, porém devido aos problemas com a infestação da lagarta helicoverpa armigera,
a produção apresenta uma redução de 965 toneladas (0,1%). Nos demais estados,
que devem somar 16,1% da produção nacional, existe uma apreensão quanto à
ocorrência de ataque da lagarta.
Arroz (em casca) – A produção estimada de arroz em 2014 é de
12.501.317 toneladas, indicando um crescimento de 6,3% em relação a 2013,
quantidade que deve ser suficiente para atender ao consumo do país. A região Sul
deve produzir 9.743.028 toneladas, o que representa 77,9% da produção nacional.
No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, a área plantada deve alcançar
1.114.614 hectares e a produção estimada 8.472.699 toneladas, indicando um
crescimento de 4,6% frente a 2013. O rendimento médio esperado é de 7.387 kg/ha,
7,9% superior ao obtido no ano anterior. No Nordeste, a estimativa para a
produção foi de 987.952 toneladas, indicando um crescimento de 40,4% em relação
a 2013 e um aumento de 38,8% no rendimento médio esperado, refletindo
expectativa positiva dos produtores com o clima. A produção da região
Centro-Oeste deve alcançar 731.360 toneladas, indicando uma redução de 1,4%
frente a 2013.
Café total (em grão) – A estimativa
realizada em janeiro para a safra nacional de café a ser colhida em 2014,
totalizou 2.968.989 toneladas, ou 49,5 milhões de sacas de 60kg de café em grãos
beneficiados, consideradas as duas espécies em conjunto (arábica e canephora),
acréscimo de 1,7% em relação à safra colhida de 2013. A safra de 2014 aponta
para um ano diferente dos últimos 21 anos, se confirmadas as atuais estimativas
negativas para o café arábica.
Café Arábica (em grão) – Em 2014 o Brasil
deverá produzir 2.228.408 toneladas de café arábica, o que equivale a 37,1
milhões de sacas de 60 kg e representa cerca de 75,1% da safra brasileira de
café. Em 2013 que foi um ano de baixa, o país produziu 2.270.916 toneladas (37,8
milhões de sacas). O percentual de decréscimo de produção em relação a 2013 é de
1,9%. Até este mês, em nível Brasil, o rendimento médio se apresenta 1,1%
superior a 2013. Minas Gerais, o 1º produtor brasileiro de café arábica, aponta
decréscimo de 0,9% na produção esperada para 2014, que totaliza 1.570.136
toneladas (26,2 milhões de sacas de 60 kg), o que representa 70,5% do total de
arábica esperado para o país em 2014. A área a ser colhida está estimada em
1.015.736 ha (-1,0%).
Café Canephora (em grão) – Para o café
canephora, a estimativa realizada em janeiro de 2014 é de que sejam produzidas
neste ano, 740.581 toneladas (12,3 milhões de sacas), 14,3% maior que a produção
do país em 2013, em uma área a ser colhida de 466.108 hectares. A área total
ocupada com esta espécie é de 535.525 hectares (-6,5%). O estado do Espírito
Santo, maior produtor brasileiro de canephora, deve produzir, em 2014, 78,1% da
produção brasileira do café desta espécie. A produção estadual está inicialmente
estimada em 578.205 toneladas (9,6 milhões de sacas), um aumento de 18,1% em
relação a 2013. A área a ser colhida deve crescer 0,8%.
Feijão (em grão) – Para o feijão total,
aguarda-se para 2014 uma produção de 3.747.656 toneladas, maior 27,6% que a
produção obtida em 2013. A área plantada foi estimada em 3.307.151 hectares,
maior 8,8% que a de 2013. Os maiores produtores, segundo a atual estimativa, são
Paraná com 25,5%, Minas Gerais com 17,0% e Bahia com 9,5% de participação na
produção nacional. Entre estes estados somente Minas Gerais apresentou
diminuição na área plantada que foi de 3,7% em relação a 2013, contudo, mesmo
com diminuição na área, há previsão de aumento de 10,0% no rendimento médio que
remete a uma estimativa da produção de 638.720 toneladas que é 13,2% maior que a
produção do ano anterior. O Paraná aumentou sua área de plantio em 6,0% e prevê
um aumento no rendimento médio de 30,5% com uma estimativa de produção de
955.075 toneladas, 38,2% maior que a de 2013.
A 1ª safra nacional de feijão está estimada em 1.770.763
toneladas, o que representa um crescimento de 62,3% frente a produção de 2013.
Este resultado é reflexo do aumento de 15,8% na área plantada e de 26,0% no
rendimento médio. Os maiores produtores desta safra de feijão são Paraná
(24,4%), Ceará (12,8%) e Minas Gerais (12,8%). A 2ª safra nacional de feijão
está com a produção esperada de 1.474.853 toneladas, 11,3% maior que a de 2013.
No Paraná, maior produtor nacional também para a 2ª safra, as investigações de
campo, indicam uma área a ser plantada com a cultura do feijão de 269.963 ha e
uma produção esperada de 518.332 toneladas do produto, estimativas maiores que
as registradas no ano anterior em 2,3% e 45,3%, respectivamente.
Mandioca (raízes) – A estimativa de
produção da mandioca em 2014 é de 23.375.192 toneladas, um aumento de 10,3% em
relação a 2013, refletindo um crescimento de 4,2% na área colhida e de 5,9% no
rendimento médio. A região Nordeste, atingida pela seca nos anos de 2012 e 2013,
deve recuperar-se com um crescimento de 30,8% na produção, 24,1% no rendimento
médio esperado e 5,4% na área a ser colhida. Os destaques são para a produção do
Ceará e Piauí que devem crescer 102,1% e 100,8%, respectivamente.
A região Norte, principal produtora do país, aguarda um
aumento de 0,6% na produção em 2014, com destaques para as produções do Amapá,
Acre e Rondônia, que estão crescendo 33,8%, 12,2% e 8,7%, respectivamente. O
Pará, maior produtor nacional, espera produzir 4.681.102 toneladas de raízes, o
que corresponde a 20,0% da produção nacional. Na região Sudeste, São Paulo,
principal produtor regional, aguarda uma produção de 1.053.900 toneladas. Na
região Sul, o destaque é para a produção do Paraná, que deve alcançar 4.239.899
toneladas, um crescimento de 9,7% em relação a 2013, enquanto o rendimento médio
esperado deve alcançar 23,4 t/ha, o maior do país. A produção da região
Centro-Oeste deve alcançar 1.435.448 toneladas, 15,3% mais que em 2013, com
destaques para as produções de Goiás, que deve alcançar 245.885 toneladas
(+46,9%) e Mato Grosso do Sul que espera colher 840.000 toneladas (+16,4%).
Milho (em grão) – A primeira estimativa da
safra de 2014 aponta uma produção de 75,7 milhões de toneladas, uma redução de
6,0% em relação ao ano anterior. Este percentual equivale a 4,8 milhões de
toneladas e, a princípio deve-se, principalmente à redução na 2ª safra. A queda
no preço do milho no segundo semestre de 2013 foi influenciada pela grande
produção do milho 2ª safra. Além disso, os bons preços alcançados pela soja,
influenciaram a decisão do produtor que optou pela soja em detrimento ao milho
1ª safra, já que são cultivados na mesma época. Estes fatores desestimularam
parte dos produtores a cultivarem milho em 2014, culminando em um decréscimo de
3,7% na a área total, o que corresponde a 581.303 hectares, enquanto o
rendimento médio também diminui 4,9%, fruto do menor investimento feito pelos
produtores. Como nos dois últimos anos, o milho 2ª safra deve ser responsável
por uma parcela maior da produção: serão 55,5% contra 44,5% da 1ª safra, uma
diferença absoluta de 8,4 milhões de toneladas. No milho 1ª safra a produção foi
estimada em 33,7 milhões de toneladas, queda de 1,5% em relação a 2013, que só
não foi maior devido ao aumento de 4,0% na área a ser colhida, fato que se deve
à recuperação da produção na região Nordeste (77,5%), já que nos últimos dois
anos a região foi atingida por uma severa estiagem.
A região Sul, principal produtora do milho 1ª safra,
apresenta uma redução de 9,9%, devido à menor área plantada (13,2%), já que
muitos produtores optaram pela soja que está com os preços mais atrativos e
apresenta melhor liquidez. Só no Paraná, maior produtor nacional de 1ª safra, a
redução é de 21,1%, o que representa 1,5 milhão de toneladas, com uma diminuição
de 205 088 hectares o que representa 23,4% da área plantada no estado. No caso
do milho 2ª safra, o estado prevê uma redução de 10,5% na área plantada, mas
apenas 2,0% na produção, já que o rendimento médio esperado foi estimado com um
crescimento de 9,5%, o que pode ser modificado nos próximos levantamentos, pois
ainda não foi iniciado o plantio do milho 2ª safra na maioria das regiões
produtoras.
Soja (em grão) – A primeira estimativa de
2014 aponta uma produção de 91.283.222 toneladas, o que representa um aumento de
11,7% em relação a 2013. Com preços atrativos, os produtores aumentaram área
plantada em 6,2%. No Mato Grosso, responsável por 29,1% da safra nacional, está
ocorrendo excesso de chuvas na região mais importante (médio norte). Existem
relatos de dificuldade de colheita e avanço da ferrugem asiática. O aumento da
área desta cultura no estado, em relação à safra anterior é de 548.172 hectares
(6,9%). Nas cinco grandes regiões nacionais houve aumento na área de plantio e
consequente aumento na produção da leguminosa, porém na região Nordeste a
previsão é de grande elevação percentual da produção, devido à baixa
produtividade em 2013, causada, principalmente por deficiência hídrica.
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma
pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos
agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais
(COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de
Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em
nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das
Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do
Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).
Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra,
os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo,
trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de
algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em estreita colaboração com a
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das
estimativas oficiais de safra, iniciado em julho de 2007, para as principais
lavouras brasileiras.
Fonte: Comunicação Social do IBGE / 11 de fevereiro de 2014