Em dois anos, o Vale do Piracicaba concentra cerca de 50 agtechs em seu ecossistema

5º AgTech Day marca a data e elenca as novas perspectivas do vale da inovação do agronegócio brasileiro

Lançado em meados de 2016, o conceito do Vale do Piracicaba (AgTech Valley), se expandiu consideravelmente pela cidade e hoje agrega o mais representativo ecossistema das startups do agronegócio brasileiro. Tendo como agentes principais a Esalqtec – Incubadora Tecnológica da Esalq/USP, o AgTech Garage, o Parque Tecnológico de Piracicaba, a Usina de Inovação Monte Alegre, o Sebrae/SP, a Coplacana e o Pulse/Raízen, o ecossistema já concentra mais de 50 agtechs, além de aceleradoras, incubadoras e fundos de investimento.

O Vale também está ligado a grandes empresas do setor instaladas na região de Piracicaba e a centros de ensino e pesquisa, o que faz dele o principal centro motor da inovação no agro nacional.

A evolução impressiona. Segundo dados do 1º Censo Agtech Startups Brasil, divulgado no final de 2016, das 76 agtechs brasileiras que responderam os questionários, 15 (19%) estavam em Piracicaba. A segunda edição do Censo está em curso e até o momento 150 startups do agro aderiram. Um levantamento feito pelos membros do ecossistema estimam que hoje na cidade estejam cerca de 50 agtechs.

De acordo com Pedro Chamochumbi, gestor da Usina de Inovação Monte Alegre, essa expansão é resultado da integração de promotores do ecossistema, o que faz de Piracicaba um ambiente de empreendedorismo cada vez mais maduro e favorável ao desenvolvimento e à escalabilidade de negócios de impacto em diferentes estágios.

A criação do Pulse, hub de inovação criado pela Raízen na cidade é apontado como um dos grandes impulsos do Agtech Valley.  Segundo Fábio Mota, head do Pulse, o hub está prestes a completar um ano e já possui um mapeamento de mais de 400 startups voltadas para o agro, com 11 pilotos em andamento. “Além disso, a Raízen abriu as portas para que estas tecnologias e para que seus modelos de negócio sejam testados e validados. Diariamente, recebemos visitantes de diferentes perfis, interessados em inovação. Esta rede já conta com mais de 1.500 pessoas, com representantes de mais de 280 instituições e empresas diferentes da cadeia produtiva agro e do ecossistema de inovação (empreendedores, universidades e investidores)”, explica.

Sergio Barbosa, gerente executivo da Esalqtec, ressalta que os eventos organizados na cidade como o Agtechday e o Esalq Show também contribuíram para evidenciar o ecossistema piracicabano como o Vale do Silício do agronegócio. “Estamos na quinta edição do Agtechday, evento bianual que concentrou cerca de 200 pessoas em cada uma de suas edições e neste ano marca os dois anos do Vale.”

O interesse de fundos de investimento como o SPVentures e NXTP.labs, que se instalaram na cidade e fizeram aporte financeiro em várias agtechs do Vale do Piracicaba também evidenciou a importância do ecossistema no cenário nacional. Para José Tomé, do AgTech Garage, as parcerias com grandes empresas como a Bayer, DPA, Fermentec, Genesis Group, John Deeree e Ourofino, que são seus atuais sponsors, também são um indicativo de evolução do ecossistema.

O destaque mais recente foi a participação mais ativa da Coplacana no ecossistema, que passa a contar com um braço de inovação e tecnologia. Klever Coral, diretor de inovação da cooperativa esclarece que a Coplacana começa a enxergar de forma sistêmica o agronegócio e coloca a prestação de serviços a seus cooperados em primeiro lugar. “Isso faz com que se tenha acesso rapidamente ao que está sendo lançado no setor, bem como se direcione as necessidades reais do campo para as startups dentro dos hubs.”

Para os próximos passos, as expectativas são ainda mais positivas. “Acredito que exista uma forte tendência de estabelecermos cada vez mais essa importante participação de Piracicaba como agente de desenvolvimento do agronegócio, de maneira, estadual e nacional. Essa vitrine que acabamos criando de maneira orgânica, com certeza irá atrair investidores e novos negócios para os próximos anos”, pondera Eduardo Soriano, consultor de inovação do Sebrae/SP. Flávio Castellari, diretor-executivo do Parque Tecnológico, tem perspectivas semelhantes. “O Brasil é reconhecido mundialmente pelo agronegócio, líder em tecnologias para agricultura tropical, possui o maior e mais bem-sucedido programa de substituição de combustível fóssil por renovável do mundo. Piracicaba reúne todas condições para continuar sendo referência e um dos polos de desenvolvimento de tecnologias que vão ajudar o agronegócio brasileiro e mundial a ser mais eficiente e sustentável.”

Agtechs

Entre as agtechs do Vale do Piracicaba, algumas se destacam pela inovação, capacidade de captar investimentos e de acessar o mercado. Entre as mais promissoras, segundo os membros do ecossistema, estão:

Inceres – empresa de desenvolvimento de softwares para manejo da agricultura de precisão – http://inceres.com.br/

@Tech – startup de pecuária de precisão. Seu principal produto é o BeefTrader, software que indica o momento certo para vender o boi de confinamento, cruzando dados de peso do animal e de mercado – https://www.techagr.com/

Gênica – empresa de biotecnologia voltada para o controle biológico e manejo integrado de pragas e doenças –http://genica.com.br/site/

Pragas.com – provedora de soluções para empresas, instituições e profissionais de pesquisa que utilizam insetos em seus projetos – http://pragas.com.vc/

Andrios – fornece suporte a produtores e empresários que buscam na microbiologia a fonte de inovações tecnológicas de solo e de manejo ambiental – https://www.andriosassessoria.com.br/

Delta CO2 – assessoria e consultoria para quantificar indicadores de sustentabilidade ambiental, qualidade do solo, emissão de gases de efeito estufa, qualidade da água e diversidade biológica para produtos e serviços do agronegócio –http://deltaco2.com.br/

 

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