25/03/2013 Café da terra
Os contratos futuros de café arábica encerraram esta sexta-feira, na ICE Futures US, com altas, permitindo, assim, uma ligeira correção nas cotações, após a verificação de quedas constantes nos últimos dias, que levaram o maio a tocar, na terça-feira, na mínima de mais de 33 meses na bolsa nova-iorquina.
A sessão do dia foi técnica, com a primeira posição tendo conseguido superar o intervalo de 135,00 centavos e ter atingido uma alta de 255 pontos. Nas máximas, no entanto, foram observadas algumas vendas de especuladores, o que fez com que os ganhos experimentassem mais uma desaceleração.
O assunto do dia foi o Vietnã. Nesta sexta, a Vicofa (Associação de Café e Cacau do Vietnã) emitiu nota na qual avalia que a quebra de safra em 2013/014 no país poderá variar entre 30% e 35%. Essa quebra estaria relacionada diretamente à seca que atinge várias regiões dessa nação indo-asiática. Essa possibilidade de haver menos café vietnamita no mercado animou alguns compradores, ainda que a mesma “animação” não tenha sido notada nas negociações com cafés do tipo robusta na bolsa de Londres.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 155 pontos, com 135,30 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 136,30 centavos e a mínima de 133,20 centavos, com o julho tendo ganho de 150 pontos, com 137,95 centavos por libra, com a máxima em 138,85 centavos e a mínima em 135,80 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição maio teve queda de 14 dólares, com 2.139 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 15 dólares, no nível de 2.140 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia para o café também foi favorecido com o comportamento dos mercados externos. Com o dólar registrando uma retração considerável em relação a uma cesta de moedas internacionais, o que se viu foi uma maior demanda para segmentos de risco e isso influenciou positivamente as commodities, incluindo o café, que vinha operando de forma dissociada de outras matérias-primas, por conta da forte pressão dos especuladores.
“Não é possível avaliar que o período de pressão tenha se encerrado. O claro é que o mercado estava sobrevendido e, assim, algumas recompras foram executadas e isso redundou na interrupção da série de baixas nesses últimos três dias da semana. Apesar disso, o quadro que se desenha nos monitores e gráficos ainda é baixista, tanto no curto como no longo prazos”, disse um trader.
O oferta de café arábica vai ser menor que a demanda em 1 milhão de sacas na temporada que terá início no próximo mês de outubro. Essa será a maior escassez desde a temporada 2009/2010. A avaliação é da instituição financeira holandesa Rabobank International. A retração ocorre, segundo o banco,após um excedente de 6,6 milhões de sacas na temporada atual. Essa baixa seria resultante da retomada do aumento do consumo, além da queda na produção de países da América Central e do México, devido à ferrugem do colmo. A demanda pelos grãos mais caros vai subir por causa dos preços mais baixos e um menor prêmio para a variedade robusta, complementou o Rabobank.
As exportações brasileiras de café de março, até o último dia 21, somaram 1.269.094 sacas, contra 1.097.046 sacas do mesmo período de fevereiro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 1.320 sacas, indo para 2.747.313 sacas.
O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 23.066 lotes, com as opções tendo 5.480 calls e 3.215 puts — floor mais eletrônico.
Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência em 136,30, 136,50, 137,00, 137,40-137,50, 138,00 138,50, 139,00, 139,50, 139,80, 139,90-140,00, 140,50, 141,00, 141,40-141,50, 142,00, 142,50, 143,00 e 143,50 com o suporte em 133,20, 133,00, 132,50, 132,35, 132,05-132,00, 131,50, 131,00, 131,50, 131,00, 130,50, 130,10-130,00 e 129,50 centavos por libra.
Fonte : Agnocafe