Folha de S. Paulo Online A produção brasileira de grãos, atualmente em 196 milhões de toneladas, poderá chegar a 255 milhões em 2026.
Em ótimas condições de produção e de crescimento de demanda, o volume poderá atingir até 300 milhões de toneladas naquele ano.
A área a ser cultivada dos 15 dos principias produtos sobe dos atuais 58 milhões de hectares para 66 milhões. As estimativas são do Ministério da Agricultura.
Uma boa notícia para o país, que atualmente é o que tem as melhores condições mundiais de crescimento na oferta de grãos.
A divisão desse crescimento, no entanto, preocupa. O país vai avançar ainda mais na área de plantio de soja e diminuir a de produtos básicos, como arroz e feijão.
A soja hoje é o ouro verde do país, liderando as exportações nacionais, mas a dependência é perigosa se ocorrer uma eventual mudança mundial de cenário para o produto.
Pior, a evolução da soja se dará basicamente no aumento de área plantada na próxima década, e não no crescimento da produtividade.
Nos cálculos do ministério, a área deverá sair dos atuais 33 milhões de hectares para 43 milhões em dez anos, um crescimento de 30%.
A produção, atualmente em 96 milhões de toneladas, sobe para 129 milhões, evolução de 35%. As exportações deverão crescer 42%, somando 78 milhões de toneladas.
A produtividade, no entanto, permanecerá abaixo dos 3.000 quilos por hectare, uma barreira que o país tenta vencer há vários anos.
Nesta safra, quando as condições climáticas não foram favoráveis para a produção de soja em várias regiões do país, a produtividade ficou em 2.880 quilos por hectare. Em 2026, deverá ser de 2.990, um crescimento de apenas 3,8% no período.
Outro produto de destaque, cujo crescimento também visa o mercado externo, será o milho. As previsões indicam produção de 95 milhões de toneladas, 25% mais, e exportações de 46 milhões –52% mais.
A área de arroz, que foi de 3 milhões de hectares em 2006 e caiu para 2 milhões neste ano, deverá ser de apenas 1 milhão em 2026.
Se as previsões do ministério se confirmarem, no entanto, a produtividade do cereal dobrará na próxima década.
O feijão também passa a ocupar área menor. Será apenas 1,8 milhão de hectares, ante 3 milhões neste ano.
Açúcar e leite passam a ser destaques nos próximos anos. As usinas colocarão 50 milhões de toneladas de açúcar no mercado em 2026, 52% mais, enquanto a produção de leite sobe para 43 bilhões de litros, 26% mais.
A produção de café, que está em 51 milhões de sacas, deverá atingir 65 milhões em 2026, prevê o Ministério da Agricultura.
CARNES
O Brasil tem se destacado muito na produção e na exportação de carnes nos últimos anos. Esse cenário permanece.
Em 2026, o país produzirá 10,2 milhões de toneladas de carne bovina e exportará 36% mais do que neste ano.
Já a produção de carne de frango vai a 19 milhões de toneladas, permitindo que as exportações avancem 43% nos próximos dez anos, mesmo percentual de crescimento da carne suína.