fonte: Cepea

Em crise, setor do café quer preço mínimo do governo

Por: O Tempo

18/04/2013
 
Em crise, setor do café quer preço mínimo do governo
Cafeicultores alegam que custo de produção é maior que valor de venda
 
A garantia de um preço mínimo da saca de café, que está nas mãos do governo federal, pode ajudar a amenizar os impactos da crise vivida pelo setor, que hoje não consegue nem cobrir os custos de produção da commodity.


Na semana passada, a cotação do café arábica, que é considerado o padrão do mercado e que representa em torno de 90% da safra mineira, variou de R$ 295 a R$ 310 por saca de 60 quilos. E a cotação do café robusta estava em R$ 260 por saca.


No Sul de Minas Gerais, os custos de produção chegam a R$ 390 a saca de 60 quilos, só que há produtores comercializando o produto a R$ 300, segundo o presidente das comissões de café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Breno Mesquista.


De acordo com ele, no ano passado, a commodity era vendida, em média por R$ 360, hoje está entre R$ 290 e R$ 300.


Para o presidente da Faemg, Roberto Simões, é preciso corrigir o preço mínimo, o que não ocorre há cerca de três a quatro anos. “É uma medida emergencial, que daria um alento para o mercado”, defende Simões.


Ele explica que não há razão técnica para que o preço ao produtor esteja num patamar baixo que nem sequer o remunera. “A melhora da situação passa por uma decisão política. Por isso, fomos buscar o apoio do governo mineiro para nos ajudar junto ao governo federal e nos encontramos hoje (ontem) com o governador Anastasia”, diz.


O governo mineiro quer que seja garantido o preço de R$ 350 por saca de 60 quilos, a fim de que o cafeicultor mineiro possa pelo menos cobrir o custo de produção. “No início deste mês, nos apresentamos à Dilma, através de ofício a uma solicitação. Queremos que governo federal fixe, como fez no passado, um preço mínimo de R$ 350 para a garantia da produção”, ressalta. Pedido reiterado durante a sua visita em Belo Horizonte.


Raio-x do café
Presença: está em 500municípios mineiros e é cultivado em 104 mil propriedades
Preço de comercialização: R$ 300 (2013), R$ 393,82 (2012), R$ 491,63 (2011), R$ 332,88 (2010), R$ 301,80 (2009)
Participação do café nas exportações no primeiro trimestre de 2013 foi de 11,11%, menor do que em igual período de 2012 (14,18%)
Fonte: Seapa


No varejo, cafezinho está bem mais caro
Enquanto o preço pago ao produtor pelo café não cobre nem sequer os custos de produção, na ponta do consumo o café está mais caro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O pó moído, por exemplo, teve aumento de 7,13% no acumulado dos últimos 12 meses.


E quando é agregado o serviço do balcão de bares e padarias, o aumento salta para 11,41%, ainda conforme o IBGE.


O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Geais, Roberto Simões, frisa que não há relação direta entre o preço pago ao produtor de café e o que chega ao varejo. “O produtor não é formador de preço”, defende.


Além do preço baixo da commodity que, conforme ele, já está afetando a economia de várias cidades, o produtor mineiro vem enfrentando a concorrência do Vietnã. “O preço é baixo, mas o café é de qualidade inferior”, diz (JG) 

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