Em congresso, presidente do CCCMG faz discurso enfático em Poços de Caldas
O presidente do Centro do Comércio de Café do Estado de Minas Gerais – CCCMG, Archimedes Coli Neto, participou, na manhã desta terça-feira (29), da abertura do 39º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras. O evento, que está sendo realizado em Poços de Caldas, é promovido pela Fundação Procafé.
Em sua rápida fala aos presentes no evento, Archimedes agradeceu o convite de participação do congresso e ressaltou que o CCCMG sempre estará presente nos trabalhos que norteiam o rumo da cafeicultura no Estado e no país.
O presidente aproveitou o momento para comentar sobre a crise que assola a cafeicultura nacional. “Quero dizer em poucas palavras que não adianta lutarmos somente para termos um preço mínimo de R$400,00 por exemplo, e não conseguirmos sermos competitivos lá fora. O Brasil deixou de exportar 5 milhões de sacas no ano passado e este ano deverá também exportar um volume abaixo do esperado”, disse.
Archimedes foi enfático sobre as medidas governamentais adotadas nos últimos meses. “Estamos tendo boa produção graças aos senhores aqui presentes; agrônomos, engenheiros, técnicos etc. Estamos falando em custos de produção, em cortar empregados, custos de colheitas entre outras coisas, mas infelizmente o governo não faz a parte dele e é incompetente”, argumenta.
Ele também pontuou sobre os tropeços que o governo tem tido nos últimos anos. “Vejam que o Funrural foi julgado inconstitucional e está sendo cobrado. Tem muito dinheiro depositado em juízo. As cooperativas estão com um volume enorme de depósito em juízo que poderia estar nas mãos dos produtores. O governo não devolve o PIS/Cofins dos exportadores, dinheiro que poderia estar na comercialização do café e temos que entrar na justiça pra receber. O ICMS do Estado está demorando dois anos ou mais, o governo não devolve e quando devolve é para comprar caminhões com deságio, bancado pelo produtor”, colocou.
A logística brasileira também foi colocada em pauta por Archimedes. “Os portos demoram absurdo para fazer os embarques e o custo, taxas e pedágios são altos. As multinacionais nos vendem os produtos, que pagamos caro, não sabemos com absoluta certeza se teremos o resultado satisfatório, mas isto somente os senhores engenheiros, agrônomos e técnicos para poder nos dizer. Enfim, não basta só cortamos da nossa parte; o governo tem que ser mais eficiente na parte dele, como somos na nossa”, disse. Ao final do discurso, Archimedes foi muito aplaudido pelo público presente e percebeu-se que muitos compartilham da mesma ideia do presidente do CCCMG.