A Europa e América do Norte irão se dissociar no primeiro semestre deste ano, com os cortes orçamentários reduzindo o crescimento europeu, enquanto a economia norte-americana experimentará uma expansão “robusta”, afirmou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em uma avaliação das perspectivas para as economias mais importantes do mundo.
Segundo a organização, os prospectos de curto prazo melhoraram em relação à situação que prevalecia no fim do ano passado, mas a recuperação global continua frágil. “O vento mudou um pouco para os EUA, mas muito pouco para a zona do euro”, disse o economista-chefe da OCDE, Pier Carlo, em entrevista. “O bloco só conseguiu ficar um pouco mais longe da beira do precipício.”
A alavanca fiscal continua a ser o único instrumento que os países da OCDE podem usar para impulsionar o crescimento, visto que a política monetária continua a ser muito favorável, e as taxas de juros na maioria dos maiores países da OCDE estão em “níveis muito baixos”, de acordo com a avaliação da organização.
Nas economias em desenvolvimento, no entanto, a OCDE vê um espaço para relaxamento da política monetária, na luz dos recentes sinais de abrandamento da atividade econômica e inflação em declínio.
E, enquanto o crescimento está enfraquecendo nas economias emergentes, que foram vistas como o motor da economia mundial até há alguns meses – danos adicionais poderiam vir da recente alta dos preços do petróleo, alertou a organização.
O preço do petróleo, que subiu cerca de US$ 10 por barril em menos de dois meses, reflete os problemas de abastecimento em um momento de baixos estoques na OCDE e capacidade ociosa limitada da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep)
Os aumentos recentes do petróleo deverão adicionar cerca de 0,25 ponto porcentual à inflação nas economias da OCDE e retirar entre 0,1 ponto porcentual e 0,2 ponto porcentual do Produto Interno Bruto (PIB) médio da OCDE no próximo ano, afirmou a organização. (Dow Jones – Estado.S.Paulo)