Microsoft seleciona duas pesquisas da Unicamp
Marcelo Andriotti / Agência Anhangüera
Duas pesquisas do Instituto de Informática da Unicamp foram escolhidas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Microsoft para receber apoio financeiro. A Fapesp e o Instituto Microsoft Research anunciaram os cinco projetos escolhidos na área de tecnologia de informação que receberão no total R$ 1 milhão para os próximos dois anos. Foram dois da Unicamp e três da USP, sendo um da USP São Carlos.
Os projetos da Unicamp são coordenados pelas professoras Claudia Bauzer Medeiros e Maria Cecília Baranauskas. O trabalho de Claudia é voltada para informatização de pequenas propriedades agrícolas. O de Maria Cecília é em conjunto com a Prefeitura de Campinas e pretende facilitar o uso de serviços públicos on-line por pessoas com problemas de alfabetização ou com necessidades especiais.
O objetivo do projeto de Maria Cecília é criar sistemas de atendimento via computador simplificados e que permitam acesso a pessoas que tenham dificuldades para acessar informações. Com isso, pode-se ampliar os serviços on-line para a população e agilizar o atendimento no setor público, principalmente entre a população de menor nível escolar e para quem tem dificuldades de deslocamento.
O projeto coordenado por Claudia Bauzer reúne sete pesquisadores, sendo quatro professores doutores do Instituto de Informática, um da Engenharia Agrícola, um do Centro de Estudos e Pesquisas em Agricultura (Cepagri) e um da PUC-Campinas. O trabalho está sendo desenvolvido em conjunto com a Cooxupé, uma cooperativa de plantadores da café de Minas Gerais que reúne 11 mil pequenos produtores.
“A cooperativa participa do projeto com investimento, profissionais e com a participação dos cooperados”, disse Claudia. Ela diz que o trabalho é dividido em três fases que permitirão aos pequenos agricultores receberem informações relevantes para a atividade agrícola via computador. Por outro lado, mandarão informações de suas propriedades que serão captados por sensores.
Por ter esse perfil de troca de informações entre agricultores e cooperativa, o projeto recebeu o nome de “E-Farms: uma estrada de mão dupla de pequenas fazendas para o mundo em rede”. A primeira fase a ser implantada é a concepção da rede de transmissão de dados, que deverá ser via rádio. Um dos principais desafios é que as regiões de plantio de café são em sua maioria em regiões montanhosas. “Nós criaremos o projeto da rede e a cooperativa terá a incumbência de implantar o sistema nas propriedades”, disse Claudia.
Outra fase será a criação de bancos de dados com informações que possam ser usadas pelos agricultores e pela cooperativa. Informações meteorológicas, técnicas, cotações e serviços poderão ser obtidos. Os dados das propriedades rurais também abastecerão esses bancos de dados, que servirão para definir políticas agrícolas e estratégias da cooperativa.
A terceira fase será colocar essa tecnologia à disposição de outros interessados. “O projeto é voltado para cafeicultores, mas ele poderá ser usado para outras culturas. Basta adaptar os programas, mas a rede e transmissão de dados será a mesma”, disse a pesquisadora.
O processo de seleção teve pelo menos dois pareceres para cada proposta, incluindo assessores de centros de pesquisa estrangeiros. A previsão é que outros projetos sejam aprovados para os próximos cinco anos. A segunda chamada deverá ser lançada no primeiro semestre de 2008.