Governo Federal descarta importação de café do Vietnã
Kenia Amaral
O ministro da Agricultura, Luis Carlos Guedes Pinto, descartou qualquer hipótese de ocorrer a importação de um milhão de sacas de café conilon do Vietnã por parte da indústria de café solúvel capixaba. Lá, o produto é mais barato do que no Espírito Santo e, por isso, chamou a atenção dos industriais.
Para enfatizar a postura do ministério, Luis Carlos Guedes Pinto se comprometeu a soltar uma nota oficial nesta quinta-feira, reforçando que a transação não acontecerá.
Nesta quarta-feira, o ministro recebeu o governador Paulo Hartung, senadores, deputados federais e estaduais, além de prefeitos e pessoas ligadas à atividade cafeeira. Ele acha que tudo não passou de um boato.
“Quero tranqüilizá-los de que essa importação não vai acontecer. Não cabe ao ministro proibir, mas para que haja uma transação como essa é necessária uma análise de mercado e risco. Para mim, tudo não passou de um boato e de uma especulação do mercado”, enfatizou Guedes Pinto.
Ele disse ainda que em casos de grandes exportações como essa é necessário que o país exportador, no caso, o Vietnã, comunique ao Governo federal a intenção de efetuar a transação e peça permissão para a negociação. E, até o momento, o Vietnã não entrou em contato com o Ministério da Agricultura.
O governador Paulo Hartung saiu satisfeito da reunião e também concorda com a idéia de especulação.
“O ministro afirmou que isso é uma tentativa de especulação do mercado e ele garantiu que não tem nenhum pedido de exportação. Ele explicou que um pedido como esse passa por uma análise de risco, por questões de filtragem sanitária, que não é um processo do dia para a noite. Se esse pedido vier, vamos saber”.
A indústria de café solúvel está preferindo importar conilon do Vietnã porque no Espírito Santo, uma saca custa R$ 190,00, enquanto lá, vale R$ 90,00. No Estado, a estimativa é de que 350 mil pessoas trabalhem diretamente com o conilon, em 40 mil propriedades.