Assunção, 17 out (EFE).- A ex-ministra
Dorothéa Werneck critica modelo exportador do Brasil
brasileira da Indústria, Comércio e Turismo Dorothéa Werneck classificou hoje em
Assunção como “uma tragédia” a situação das exportações de Brasil, Paraguai e
Uruguai, dada a sua forte dependência de fatores cojunturais.
Werneck
assegurou que o crescimento do Brasil passa por “um momento delicado”, por causa
da taxa de câmbio desvalorizada.
“A origem desse crescimento não está em
coisas internas brasileiras. Uruguai e Paraguai acompanham o Brasil, o que é uma
tragédia”, afirmou a ex-ministra, uma dos conferencistas de um seminário de
gestão empresarial que acontece em Assunção.
Werneck, economista
conselheira da Fundação do Comércio Exterior e da Associação de Comércio
Exterior do Brasil, destacou, em contrapartida, que a Argentina, sócia desses
três países no Mercosul, terá um crescimento superior a 7% neste ano, baseado
numa adequada taxa de câmbio.
Na opinião da especialista, são as
diferenças entre os países-membros do Mercosul que levam a disputas internas
entre os seus integrantes.
Werneck, ministra durante os governos de José
Sarney e Fernando Henrique Cardoso, destacou que todos os países que cresceram
de modo significativo o fizeram exportando. Ela mencionou especificamente os
casos de Japão, Coréia, China, México e Chile.
Porém, advertiu que a
exportação é um processo que demanda tempo e investimentos, cujos primeiros
resultados costumam ser percebidos num prazo não inferior a dois anos.
Em
sua apresentação, a cerca de 200 empresários paraguaios, Werneck detalhou os
benefícios da exportação tanto para as empresas como para os países, e destacou
a necessidade de se levar o processo a sério.
“Não se pode brincar com as
exportações. O trabalho tem que ser preventivo com relação a problemas que podem
fechar mercados”, disse a economista, em referência ao foco de aftosa detectado
no Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai.