O mercado de cafés não poderia estar mais agitado. Além da recém-anunciada estréia da famosa rede americana Starbucks no Brasil, quem também decidiu entrar neste segmento é o franqueado da Pizza Hut em São Paulo, Jorge Aguirre. O empresário, que abriu no ano passado um café no Itaim, bairro chique de São Paulo, tomou gosto pelo negócio e investiu R$ 2 milhões na criação de sua própria marca de cafés. Ela irá se chamar In Bocca Al Lupo, que quer dizer, ao pé da letra, na boca do lobo em italiano. Mas a expressão significa boa sorte, boa fortuna. O nome, diz Aguirre, remete à Italia, o templo do café expresso no mundo.
Além da loja na rua Amauri, no Itaim, serão abertos nos próximos dias mais dois cafés In Bocca Al Lupo , um no aeroporto de Cumbica e outro em Pinheiros na zona Oeste de São Paulo. Em 2007, Aguirre planeja abrir mais três lojas e iniciar a comercialização de franquias.
Sobre a chegada da Starbucks neste ano a São Paulo, o empresário diz ser uma coincidência – que ele considera feliz, por sinal. Além de despertar um maior interesse por cafés gourmets, o que pode estimular a curiosidade pelo In Bocca Al Lupo, a rede americana irá contribuir para profissionalização do mercado, incluindo dos fornecedores.
Os cafés gourmets viraram moda nos últimos três anos, quando aparecerem novos nomes, como o Suplicy, Santo Grão e Cafeera em São Paulo, e o Armazém do Café, no Rio. Aguirre, porém, não pretende ter um menu de cafés especiais. Ele irá vender apenas um blend, que será fornecido pela Café do Centro, do grupo Branco Peres, e que custará R$ 2,50 a xícara.
Coincidência ou não, Aguirre conhece há vários anos e trabalhou com Peter Rodenbeck – o empresário que irá trazer a Starbucks para o Brasil. Ele foi diretor de operações do McDonald’s na mesma época em que Rodenbeck era sócio da cadeia de fast-food no país, no início dos anos 90. “O Peter é meu guru”, diz Aguirre, que assumiu as 16 lojas da Pizza Hut em São Paulo, em 1999, quando a rede enfrentava dificuldades. Tanto a Pizza Hut quanto o In Bocca Al Lupo estão em baixo da International Restaurantes do Brasil (IRB), da qual Aguirre é presidente e acionista.