Dólar tem leve alta de 0,06%, com ajuste, após encostar em R$2,30

Reuters
06/03/201417h14

Por Bruno Federowski

SÃO PAULO, 6 Mar (Reuters) – O dólar fechou praticamente estável nesta quinta-feira, descolado do exterior, anulando as importantes perdas vistas em boa parte do pregão conforme investidores aproveitaram para comprar divisas quando a cotação encostou no patamar de 2,30 reais, considerado um piso informal importante.

As perdas mais cedo acompanharam a depreciação da divisa dos Estados Unidos nos mercados internacionais e após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) sugerir a continuidade do ciclo de altas na Selic, o que tende a atrair recursos de fora ao país.

A moeda norte-americana teve oscilação positiva de 0,06 por cento, a 2,3212 reais na venda, após chegar a 2,3005 reais na mínima do dia. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,5 bilhão de dólares.

“O dólar deu uma boa voltada depois que bateu no nível de 2,30 reais. Foi um ajuste técnico, principalmente depois de ter caído tanto nos últimos dias”, disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira. No mês passado, a divisa dos EUA acumulou queda de 2,79 por cento sobre o real.

O dólar operou em queda durante boa parte da sessão, depois de o Banco Central afirmar por meio da ata do Copom que entende “ser apropriada a continuidade do ajuste das condições monetárias ora em curso”.

No mercado de juros futuros, o documento alimentou ainda mais as apostas em que o BC promoverá em abril mais uma alta de 0,25 ponto percentual na Selic, atualmente em 10,75 por cento. Juros maiores têm potencial para atrair mais investidores de fora, aumentando a oferta de dólares no mercado interno, em busca de mais ganhos financeiros.

Durante a manhã, as perdas ganharam fôlego, acompanhando os movimentos da divisa norte-americana no exterior, com o mercado interpretando declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, como sinal de que a autoridade monetária europeia não deve adotar novos estímulos à economia no curto prazo.

“Embora alguns observadores acreditassem que o BCE poderia adotar nova medida em abril, o tom de Draghi torna isso improvável”, escreveram analista do Brown Brothers Harriman em relatório.

Com isso, o euro acelerou os ganhos e chegou a atingir a máxima contra o dólar desde o fim de dezembro, influenciando também as principais moedas emergentes.

Pela manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que correspondem a venda futura de dólares. Foram 500 contratos para 1º de agosto e 3,5 mil para 1º de dezembro deste ano, com volume equivalente a 198 milhões de dólares.

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