14/07/2010
Por Silvio Cascione
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar subiu ante o real nesta quarta-feira, afastando-se das mínimas em mais de dois meses, em uma jornada de frustração com as perspectivas para o crescimento econômico dos Estados Unidos.
A moeda norte-americana subiu 0,63 por cento, a 1,764 real. No mês, o dólar diminuiu a queda para 2,22 por cento e, no ano, a moeda tem alta de 1,20 por cento.
Na véspera, o dólar havia terminado o dia a 1,753 real, no menor nível desde 3 de maio.
Enquanto o mercado de câmbio fechava, o cenário internacional vivia uma tarde pouco favorável a investimentos de risco: o índice Standard & Poor\’s 500 caía 0,2 por cento e moedas de perfil semelhante ao real, como o peso mexicano, recuavam.
O menor entusiasmo do mercado após vários dias de alta nas bolsas de valores foi atribuído a sinais de desaceleração da economia dos Estados Unidos. As vendas no varejo do país caíram mais que o esperado em junho, em 0,5 por cento, e o Federal Reserve revisou para baixo a estimativa de expansão da economia.
Na ata da última reunião do Fed, os integrantes da autoridade monetária chegaram a debater a necessidade de estímulos adicionais caso o cenário piore consideravelmente.
O noticiário interno também não foi favorável ao real. Dados do Banco Central mostraram que o país continuou a registrar saída líquida de dólares na semana passada, levando o saldo negativo no mês a 1,237 bilhão de dólares.
\”Havia uma expectativa de que a oferta de ações do Banco do Brasil tivesse algum impacto positivo sobre o fluxo, já que foi liquidada na semana passada. Isso não se confirmou, o que nos leva a concluir que os estrangeiros compraram ADRs (recibos de ações) do BB e mantiveram os dólares no exterior\”, avaliou Diego Donadio, analista do BNP Paribas, em relatório.
Apesar das saídas, continuam a ser anunciadas emissões de dívida por empresas no exterior. Depois de BM&FBovespa, Gol, Banco Mercantil do Brasil e outros, foi a vez de CSN lançar nesta terça-feira 1 bilhão de dólares em bônus de 10 anos.