Dólar sobe a R$ 1,79, maior taxa desde 29 de setembro

17 de dezembro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Quinta-feira, 17 de dezembro de 2009, 17h01


 


CLAUDIO FEUSTEL E CRISTINA CANAS


O dólar subiu mais de 2% hoje e se aproximou de R$ 1,80, nível em que estava no final de setembro. No mercado interbancário de câmbio, o dólar comercial avançou 2,29% nesta quinta-feira e fechou as negociações em R$ 1,79. A taxa máxima registrada durante a sessão foi de R$ 1,796, enquanto a taxa mínima foi de R$ 1,769. Foi a maior variação diária desde 22 de junho e a taxa de câmbio de R$ 1,79 é mais elevada desde 29 de setembro, quando fechou cotado a R$ 1,793. Com a alta de hoje, o dólar comercial acumula em dezembro ganho de 2,05%; no ano, entretanto, a moeda tem perda de 23,34% ante o real.


Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar negociado à vista encerrou o pregão de hoje cotado a R$ 1,7896, alta de 2,23% no dia. A taxa máxima do dia foi de R$ 1,7947 e a mínima, R$ 1,7696. No mês, a variação é de 2,02% e no ano, de -22,63%.


O dólar turismo subiu 2,33% hoje para R$ 1,89 na ponta de venda; na compra, a moeda foi cotada a R$ 1,67. O euro turismo avançou menos, 0,64%, e fechou cotado a R$ 2,69 (venda) e R$ 2,443 (compra).


O Banco Central interveio no mercado interbancário de câmbio às 14h55, promovendo leilão de compra de dólares. A taxa de corte das propostas apresentadas pelas instituições financeiras ficou em R$ 1,791.


No cenário externo, dois movimentos simultâneos permitiram que o dólar valorizasse hoje em relação às demais moedas. Na Europa, o rebaixamento da classificação de risco da Grécia enterrou as boas perspectivas que brotavam com os últimos dados do índice dos gerentes de compra sobre a atividade no setor privado da zona do euro e prejudicou a moeda local. O euro, que no início do mês chegou a ultrapassar US$ 1,51, foi negociado no nível de US$ 1,43. Nos EUA, o comunicado do Federal Reserve (Fed, banco central americano), divulgado ontem junto com a decisão de manter o juro básico da economia estável entre zero e 0,25% ao ano, reforçou a ideia de que a economia dos EUA está em rota de recuperação. A conclusão dos analistas é de que o juro nos EUA subirá em meados do ano que vem, o que realimenta as apostas no dólar.


A alta da moeda norte-americana hoje chamou os exportadores às mesas de operações. Segundo profissionais de mercado, o fluxo desse segmento foi maior do que visto nos últimos pregões. Segundo dados divulgados pelo BC hoje pela manhã, o saldo do fluxo comercial de dezembro está positivo em somente US$ 606 milhões até o dia 15. Já o fluxo financeiro, que habitualmente é negativo em dezembro, com fortes remessas de juros e dividendos, está melhor, com resultado positivo líquido de US$ 1,15 bilhão. Isso soma um fluxo total positivo de US$ 1,756 bilhão acumulado em dezembro até o dia 15.


No que se refere às medidas de regulamentação anunciadas ontem, depois de gerarem uma volatilidade inicial, o mercado de câmbio avaliou que não há impacto direto em cotações. Os especialistas acreditam que as regras visam melhor controle nos fluxos de capitais e nas operações com derivativos, sem alterações nos volume de operações.

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